quinta-feira, abril 19, 2007

IR AO BRASIL E SÓ CONHECER HOTEIS

Naturalmente vou omitir nomes, nesta pequena história que se terá passado na nossa viagem na "SAGRES" ao Brasil,adiantando contudo que a "vitima" não foi nenhum cadete.
O inicio do "acidente" tem lugar no convés aquando do regresso de licenças no 1º dia de Rio de Janeiro.
Um elemento da guarnição que eu conhecia de outros carnavais, ao regressar a bordo, contava em tom vitorioso e algo empolgado, o "engate" que teria feito em terra.A engatada, alegadamente seria uma jovem viuva luso descendente,social e económicamente bem sucedida,e que segundo o militar em causa (Sr.M) tinha ficado completamente apaixonada por ele.
Pelo tombadilho passeava-se um Oficial que se presumia ter alguma experiência destas coisas dos "engates" de 1º dia de terra, para alem de já ter estado no Brasil em viagens anteriores.
E foi ouvindo as gloriosas e Dom Juanescas aventuras de "M".
Durante os 7 (?) dias de Rio de Janeiro todas as noites havia audição dos amores Luso-Brasileiros de "M" e da viuva alegre.
E o Sr. oficial por vezes ouvia e sorria.
O adeus ao Rio foi o que se sabe ,e na viagem para Santos, o "M" recebeu um telegrama (????) da sua apaixonada viuva marcando encontro num dado hotel em S.Paulo.
O homem ficou virado do avesso com tamanha disponibilidade da sua adorada viuva e desse facto deu conta , nas habituais conversas de convés naqueles maravilhosos fins de tarde.
E o Sr. oficial por vezes ouvia e sorria.
Ao chegarmos a Santos e logo que permitido o "M" tomou um taxi e pôs-se a caminho de S,Paulo para o hotel onde supostamente a sua viuva o esperaria sedenta do seu amor.
O hotel estava lá, mas a viuva não, dizia o "M" à noite quando regressava a bordo, nos 3(?) dias em que por lá estivemos.
E o Sr. oficial por vezes ouvia e sorria.
Saídos de Santos com destino a S.Salvador o "M",de semblante triste lamentava a sua sorte por o que lhe tinha acontecido: nem viuva nem nada.só taxi e espera à porta do hotel.
Eis que passados 2/3 dias "M" recebe novo telegrama(?????) da viuva, dizendo que pedia muita desculpa por não ter ido a S.Paulo mas mamãe tinha falecido, mas agora já recomposta da dôr e roída de saudades esperaria por ele em S. Salvador no hotel X.
O "M" tratou logo de espalhar a boa nova pela ansiosa guarnição. Afinal a viuva estava no papo.
E o Sr. oficial ouvia e por vezes sorria.
Chegados a S. Salvador , e autorizadas as licenças "M" tomou um taxi e rumou ao hotel X.
À noite, no convés ainda o ouvi dizer que algo de muito grave deveria ter acontecido , porque o Hotel estava lá, mas a "sua" viuva não.
O Sr. Oficial ouviu, não sorriu, e acho que teve pena do fanfarrão metido a engatatão e desbocado "M".
Que eu saiba , "M" não recebeu mais telegramas e no Recife, foi para a desgraça.
Será que isto tudo aconteceu ?
Seja como fôr , cuidado com o que se diz e principalmente a quem se diz.

1 comentário:

JPVillas-Boas disse...

Não me lembrava nada desta história nem do M! Gostei desta tua veia literária com a musa Aroeira inspiradora.