segunda-feira, maio 04, 2009

Recordando camaradas: Jorge Escalço Valadas

Por diversas vezes tenho ouvido interrogações de camaradas CR sobre o paradeiro do Jorge Valadas. Lembro-me frequentemente dele e também do Carlos Feitoria, companheiros de muitas viagens de comboio e de caminhadas entre o Cais do Sodré e a Doca da Marinha, sobretudo ao Domingo à noite de regresso ao "Internato".
O meu interesse em saber dele levou-me, nos anos setenta, à residência onde vivia, tentando encontrar algum familiar que me pudesse dar o seu contacto, mas sem êxito.
Há cerca de dois anos, ao ler Pessoa comum no seu tempo do Moreira Freire (LC), satisfiz parte da minha curiosidade pois encontrei diversas referências ao Valadas e ao seu percurso em Paris.
Recentemente soube que ele tinha obras publicadas com o pseudónimo de Charles Reeve e resolvi investigar na Internete. Para meu espanto e ao mesmo tempo satisfação, encontrei imensas referências à sua pessoa e à sua obra.
Tomo a liberdade de transcrever alguns excertos de escritos sobre este CR, com quem não tem sido possível convivermos e que certamente terá muito de interessante que contar, por ocasião do lançamento do seu livro A memória e o fogo publicado originalmente em França, em 2006.

“Jorge Valadas, ensaísta português radicado em França que viveu por dentro o Maio de 68, traça um retrato impiedoso e polémico do século XX nacional em A memória e o fogo"

“Nascido em Lisboa há 63 anos, exilou-se em Paris após ter desertado da Guerra Colonial. Desde 1972 tem publicado vários ensaios de índole libertária nos quais a inquietação está sempre presente, como em O tigre de papel e Crónicas portuguesas (assinados com o pseudónimo de Charles Reeve). Reside entre Paris, Nova Iorque e Tavira.”

“Jorge Valadas integrava os chamados "comités ouvriers-étudiants" que eclodiram em Maio de 68 (comités trabalhadores-estudantes, tentativas de fusão entre os estudantes e a classe operária, à revelia dos sindicatos de tendência comunista) e foi contactado para traduzir os panfletos e ir distribuí-los ao "bidonville", já que falava português.”

2 comentários:

JPVillas-Boas disse...

Boas descobertas sobre o meu amigo Valadas com quem muito me dei até à véspera da sua "saída" da Marinha, exactamente na Avenida da Liberdade em Lisboa, éramos ambos guarda-marinhas! O Valadas já com 63 anos, mas que idoso! Não o consigo imaginar sem ser rezingão nem com outra idade!

Carlos V. Carrasco disse...

Contamos com todos os CR no sentido de conseguirmos o seu contacto e, quem sabe, a sua presença nalgum dos nossos encontros.
Assim aconteceu com o Linhan que, recentemente, nos deu o grande prazer de estar connosco.
Carlos VC