segunda-feira, maio 17, 2010

Viagem no NE "SAGRES", 17 de Maio de 1965

Dia 17 de Maio de 1965

Uma sessão de educação física preencheu o início dessa segunda-feira em S. Vicente; umas corridas no cais e meia hora de ginástica constituíram o aperitivo para o banho de mar que se seguiu, num local algures a meio caminho entre a Matiota e o cais. Porque a maldade é sempre punida, estava eu em porfiado mergulho para tentar puxar as pernas ao RL, eis que sinto o castigo em directo e ao vivo: uma dor aguda fez-me perceber que as pernas agarradas eram, não do Milk, mas de um ouriço que, desta forma, me passou guia para a botica (embora acompanhado na desdita…) onde a dupla E. Pinheiro/Urbino me proporcionou uma (demorada) composição “musical”, com a seguinte sequência instrumental: pinça, tesoura, bisturi e, por fim, agulha.

Ainda assim, assumi, ao fim da manhã, as funções de adjunto do oficial de serviço (era o 1º ten. ECavalheiro, muito “boa praça”, sempre amigo do cadete..), que acompanhei em revistas, continências à prancha e pouco mais. Nesse dia, confirmei, sem qualquer margem para dúvidas, que o nosso CR já era, à data, um exemplo de bom comportamento, conforme com os cânones do Visconde de Asseca: embora a hora de regresso dos cadetes fosse as 01h00m, o último (que não foi o ASP) entrou às 22h50m, fortalecendo a ideia de que o pecado não morava ali, nem ao lado… Claro que os anos que se seguiram vieram revelar alguns (graças a Deus, poucos) tresmalhados que evidenciaram e espalharam o seu “rancor” durante décadas mas, mesmo esses, já retomaram, no presente, a preocupação em conquistar um lugar razoável para, um dia, lá vir a parquear a alma.

Colaboração do FSLourenço


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