Dia 2 de Junho de 1965, quarta-feira
A manhã passou sem factos dignos de registo. O meu grupo (o 5º) entrou de quarto aos mastros (12h00m/16h00m) e como o vento obrigou a muita faina de velas, não parámos durante todo o tempo, tendo lamentavelmente perdido as aulas programadas.
Por volta das 15 horas apareceram, na esteira do navio, 3 tubarões pequenos e logo o Comandante “ripou” da sua bela “Colt” (pistola de guerra, americana, de 9mm), não tendo tido qualquer sucesso. Alguém arranjou, depois, um anzol e fio forte; com carne, os tubarões não pegaram, mas assim que se lhes pôs um salmonete, um dos bichos atirou-se de imediato ao isco; pegou-lhe por duas vezes, mas quando se começava a meter dentro, largava; só à terceira pegou mesmo.
O Comandante voltou, então, a disparar com a mesma arma, mas como o bicho se rebolava na água e não dava mostras de quebrar, resolveu mudar para a “Mauser” e resolveu assim o problema.
Içado o animal para bordo, foi fotografado (eu e outros temos fotos) e logo preparado, com sal, para servir de refeição de alguns elementos da guarnição, entre eles o ten. CJ.
Soube-se hoje também que, ao contrário do que parecia certo, sempre vamos à Baía; estaremos lá 2 dias, a abater à estadia em Cabo Verde – é mais um porto que vamos conhecer.
Começaremos amanhã a preparar a nossa coberta, o “Farol”; não vai haver mais aulas até ao Rio (ETA 060800) – a pintura do navio tem toda a prioridade.
Colaboração do FSLourenço
Nota da coordenação do blogue: Propositadamente não alterámos "ten. CJ" para vermos quem se saberá de quem se trata.
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1 comentário:
Será o 1ºten AN Caeiro Junça?
Mesmo assim n/gosto de iniciais, essas malditas, pois fazem-me pensar muito e o disjuntor pode disparar.
Passar bem!
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