quarta-feira, janeiro 18, 2012

O MEU EXAME DE CONDUÇÃO

Num dos nossos últimos encontros mensais alguém se referiu aos exames de condução na Escola de Fuzileiros e às peripécias que ocorriam à volta deles.
Vou aqui deixar a estória do exame e seus preparativos, dum pequeno grupo “CR”.
Com receio de falsas recordações, pedi confirmação ao Caldas e ao Zenóbio que já não se lembram e ao Cristiano que assegurou a veracidade desta narrativa.
O exame foi realizado na sexta-feira 17JUL1964 pelos cadetes Zenóbio, Caldas, Feitoria e Carrasco.
O único que tinha tido lições era o Feitoria, dadas pelo seu pai no Citroen (arrastadeira) da família. Por este motivo não alinhou no nosso plano de operações.
Os restantes achavam-se habilitados para o exame pois já tinham dado umas voltas em carros de amigos...
Resumindo, precisávamos de carro, instrutor e algum treino, já que o código era conhecido.
Aqui entra o Cristiano que, fazendo exame na semana anterior, considerou que ficaria apto e se prontificou para nos arranjar o carro e treinar-nos.
Assim aconteceu.
Na véspera, quinta-feira, após as aulas o Cristiano, já encartado, deu o salto e foi buscar o carro, que alugámos por preço módico, ao stand de um primo do Zenóbio.
Tratava-se de um Taunus 17M com a alavanca das mudanças na coluna do volante.
Chegado à Escola, deu algumas instruções e começou o treino de condução pelas ruas da BNL, que durou até altas horas.
No dia seguinte lá fomos, o Cristiano e “sus muchachos” a caminho dos Fuzileiros.
Começámos por responder oralmente a umas perguntas sobre código e sinais de trânsito, até que nos apareceu o Eng. Santos com a pala do boné sempre aproada a Nordeste (no dizer do Cristiano).
Alguma praxe aos cadetes e logo se mostrou impressionado com a categoria do carro…
“Bom carro e com mudanças na coluna, eu é que o levo!”
E assim fomos para o Barreiro, aonde andámos às voltas para satisfação do Engenheiro.
Por fim cada um conduziu uns escassos metros para justificar a aprovação no exame.
No final foi a vez do Feitoria que não prescindiu do Citroen e era o único que estava bem preparado.
No regresso, para festejar, parámos num café pouco recomendável para cadetes, que funcionava de “inferninho” para os fuzileiros, à noite…

Por curiosidade, no 1º ano, o Zenóbio, o Caldas e eu próprio eramos os mancebos (que nunca fomos) dum quarto em que estavam mais três cadetes do 2º ano e um do 4º.
Dali para o futuro a política mudou e deixou de haver mistura de cursos.

1 comentário:

JPVillas-Boas disse...

Boa Carrasco, em boa hora trazes *a colação estas peripécias que alguém que veste mentalmente de azul e branco prometeu aqui recordar. Gostaria que alguém que presenciou o sinistro, contasse o 1º exame do nosso camarada cujo nome começa por CR e que instado pelo examinador a estacionar disse que não tinha espaço suficiente (onde caberia uma camioneta de passageiros da Barraqueiro ou similar).