sexta-feira, agosto 16, 2013

MUSUBMAR AGO2013

O MUSUBMAR (Ocean Revival) está prestes a obter a configuração desde o início do projecto preconizada, juntando em breve à Oliveira e Carmo, ao Zambeze e à Hermenegildo Capelo, o Almeida Carvalho. 
Isto no fundo do mar, porque em terra o Museu de Portimão já mostra alguma história e espólio destes navios e no Hospital da mesma terra uma câmara hiperbárica assegurará  em breve tratamento aos acidentados de mergulho.
Tendo muitos camaradas do CR prestado serviço naqueles navios, no entanto só poucos tiveram o previlégio de exercer o respectivo comando e aqui os recordamos:

= NRP “Hermenegildo Capelo” F 481

NIL

= NRP "Oliveira e Carmo" F 489

José dos Santos Jorge (1983, FEV - 1985, OUT);

Mário Alberto Dias Monteiro Santos (1988);


= NRP "Zambeze" P 1147

Álvaro Amado Bordalo Ventura (1976, MAI - 1977, AGO);


= NRP "Almeida Carvalho" A 527

NIL

Foto do Comte Alves Salgado no MUSUBMAR


4 comentários:

Costa Roque disse...

Não tive o previlégio de comandar nenhum destes navios, até porque me era vedado, nem naveguei em nenhum deles. Mas conheci-os todos, nem que por semelhança de classes, que os nomes já se misturam na memória.
Mas toda a minha vida foi dedicada a mantê-los à superfície e a navegar e talvez por isso nunca tenha tido a capacidade de compreender este projecto. Fiquei surpreendido quando vi uma notícia sobre o "afundamento da fragata Hermenegildo Capelo" e, quando compreendi (o que levou algum tempo), lamentei que, ao menos, não se tenha precedido o nome com um "Ex". Porém, o pior foi ver um filme do afundamento, talvez considerado muito interessante, mas que não deixa de ser penoso: ver compartimentos que reconheço e onde vivi invadidos pela água, ávida, finalmente liberta da frustração de muitos anos e agora convidada, não constitui, para mim, um divertimento. Em outro filme, o ex navio, parcialmente engalanado em arco (!) é vítima de explosões judiciosas e finalmente rende-se, enquanto em fundo se ouvem expressões de alegria e palmas...
Acredito que deve ser muito interessante nadar com equipamento de mergulho pela ponte, como mostra a foto deste artigo, mas o que eu vejo é desolação e uma pitada de morte.
Continuo sem conseguir perceber este projecto. Resta-me a consolação de saber que objectivamente não passam de objectos de aço para servirem de brinquedos caros e moradas de crustáceos. Resta-me a consolação de que não levaram para o fundo do mar o nome que ostentaram.

JPVillas-Boas disse...

Caro Roque, achei curiosa a tua abordagem, com semelhanças a uma a que assisti dum alguem ex-responsavel cultural da Marinha que preferia os navios na sucata e não se falava mais nisso. A esta, definitiva, acresce a da exposição em terra ou na água que não me parece que qualquer dos navios o justificasse, com custos elevadíssimos e a que foi adoptada com declaração da tutela do turismo do seu interesse nacional. Postas aquelas de lado o projecto caracteriza-se por uma inovadora iniciativa de criação no Algarve dum novo factor de atracção turística, assente na prática do mergulho recreativo, denominado internacionalmente como Turismo Subaquático. Este segmento, segundo prospectiva da OITurismo, apresenta o mesmo potencial de crescimento, nos próximos 5 a 10 anos, que o sector de turismo de esqui alpino apresentou no passado recente, estimando-se que existam a nível mundial mais de 14 milhões de mergulhadores activos.É um turismo que requer a existência de factores específicos de atractividade ao mergulho, concretamente elementos subaquáticos de elevado interesse distintivo, únicos, naturais ou artificiais, normalmente associados a zonas de recifes naturais ou artificiais. Verificando-se ali naturais únicas, ambientais, geográficas e infra-estruturais de apoio para captar este potencial enorme de turistas de médio e alto poder de compra, à excepção de um factor forte de atractividade ao mergulho, a iniciativa de imersão deliberada de 4 ex-navios da Armada resolve de forma inovadora essa lacuna colocando de imediato o País na rota dos melhores sítios de mergulho do mundo. Deste modo, o projecto constitui uma manifestação objectiva do interesse público ao tornar realidade a ambição de transformar o Algarve em destino europeu de referência para o turismo subaquáticomundial, reforçando a promoção permanente e sistemática de incremento da notoriedade mundial de PO e da sua oferta turística integrada e inovadora.Essa manifestação do interesse do projecto produz benefícios em todas as dimensões de análise, como sejam as dimensóes económica, social, científica,cultural e ambiental: que poderei especificar-te

JPVillas-Boas disse...

Caro Roque e a quem tenha insónias, um complemento ao que antes referi e não incluí por limitação de caracteres:
•Inclusão de PO na rota do mergulho mundial potenciando um novo nicho de mercado;
•Contribuição adicional no processo de promoção da marca Algarve facilitando a venda de oferta turística complementar;
•Crescimento da valorização do mercado de turismo subaquático em mais de 27 vezes face à sua actual dimensão;
•Aumento da quota do Algarve no mercado europeu de turismo subaquático. O número de turistas europeus a deslocar-se para fazer mergulho que passará para mais de um milhão de visitas adicionais pela inclusão dos respectivos acompanhantes;
•Contribuição determinante no aumento substancial do gasto médio por estada de turista (triplica)numa década;
•Crescimento acumulado do VAB da região do Algarve representando mais de 226 milhões de Euros em 10 anos e geração de proveitos superiores a 100 milhões de Euros nos Hotéis algarvios, em 10 anos;
•Potenciação do excesso de oferta hoteleira da região desaproveitado, rentabilizando os investimentos já realizados e incentivando a realização de novos;
•Criação numa década de mais emprego na região, recuperando postos de trabalho perdidos e criando novos;
•Criação de novos postos de trabalho através do aparecimento de novos operadores de turismo subaquático, já que a capacidade actual disponível é manifestamente inferior à futura procura;
•Contribuição na manutenção sustentável da pesca tradicional nas zonas envolventes, pelo impacto positivo de aumento da reprodução de peixes junto aos navios imersos, assegurando a componente social associada à estabilidade de geração dos pequenos rendimentos da actividade das comunidades pesqueiras;
•Criação de uma zona de recifes artificiais constituída pelos navios imersos destinada ao estudo científico do processo e comportamento de evolução das povoações macro-zoobentónicas e ictiológicas da zona;
•Complementaridade e reforço na prossecução dos objectivos científicos e das investigações em curso sobre a vida marinha na zona envolvente aos actuais recifes artificiais existentes junto à localização do projecto;
•Contributo para melhor conhecimento do fundo do mar na zona envolvente;
•Criação de uma zona protegida que se constituirá como um santuário para o desenvolvimento e produção natural de diferentes espécies de peixes fomentando a biodiversidade da zona.
•Criação de condições excepcionais para a manutenção dos navios ao serviço de Portugal, permitindo a preservação e divulgação cultural de toda a sua história, eventos, e feitos relevantes, nomeadamente dos seus patronos;
•Criação dum museu em terra sobre a história dos navios imersos e outras UN e tudo o que se relacione com os mesmos, cujo interesse na sua visita e descoberta cultural é promovido de forma extraordinária pela relação directa com o museu subaquático;
Transformação de importantes e relevantes activos militares do Estado numa nova função de carácter educacional e lazer, assegurando no tempo a sua dignidade institucional, pela manutenção, no mar e em terra, de todos os seus elementos distintivos, corpo do navio inalterado, armamento, heraldica, simultaneamente promovendo a imagem da Marinha Portuguesa, dos patronos dos navios, em alternativa ao seu desmantelamento para sucata;
Valorização de outros artefactos dispersos e existentes no fundo do mar ao longo da costa algarvia, , que num contexto da inexistência de um factor de interesse tão relevante como os navios não seriam aproveitados.
Aumento da biodiversidade das espécies e fixação de carbono nos recifes artificiais criados pelos navios numa zona de areias e lodos;
Estabilização das características arenosas do fundo do mar na localização da imersão dos navios em resultado do desenvolvimento de vida marítima, actualmente inexistente;
Aproveitamento e melhor utilização do recurso natural costeiro e subaquático da região, tanto na componente cultural do lazer como no incremento da população ictiológica, valorizando o território envolvente de modo sustentável sem quaisquer impactos no seu ordenamento;

Costa Roque disse...

Caro V. Boas,
Bom, fico esmagado! Quase uma proposta de tese, muitas vantagens a carecer de demonstração, belas frases, alguns pressupostos baseados em cálculos sobre modelos de desenvolvimento do futuro, (cínico: onde é que já ouvi isto?) que espero ver concretizados.
Tanto me faz que os navios abatidos sejam desmantelados para sucata como afundados no Algarve, Berlengas, Selvagens ou outras soluções que se venham a tentar no futuro. Nem contesto o projecto, nem o apoio, apenas o não compreendo.
Os sentimentos são os sentimentos, e não consigo evitar o que tentei expressar no comentário. Se for usado o nome do navio, creio que nunca baterei palmas quando 'ele' se afundar.