sexta-feira, julho 17, 2015

A Pedra de Dighton na Imprensa: Em 10JUL2015 em "O Mundo Português"

Enviado pelo nosso camarada CR AVCunha, um artigo de Vasco Callixto publicado em "O Mundo Português" em 10JUL2015, publicação escrita que circula entre os nossos emigrantes:


p.6 10 de julho de 2015 VIAGENS
IDAS E VINDAS... Vasco Callixto
A “Pedra” de Dighton em Tavira
Há quarenta anos, conheci nos Estados Unidos da América o Museu Dighton, que guarda 
um rochedo encontrado num rio, nas imediações de Fall River, com inscrições que se 
admitem ser do navegador Miguel Corte Real. Agora, fui propositadamente a Tavira, assistir 
à inauguração de uma réplica do histórico rochedo, oferecida àquela cidade algarvia pelos 
oficiais do curso da Escola Naval de 1963-67,
que tiveram como patrono o desaparecido navegador, natural de Tavira.
Ao comandante Rui Cabrita, um daqueles oficiais, tavirense por adopção, agradeço ter-me levado a
estar presente ao acto. A réplica da chamada “Pedra de Dighton” foi inaugurada ao final da manhã
de 28 de junho, numa área ajardinada da margem esquerda do rio Gilão. Recorde-se que 
uma primeira réplica encontra-se há cerca de trinta anos no recinto público fronteiro ao Museu 
de Marinha, em Lisboa, existindo outra em Angra do Heroísmo, em homenagem a João Vaz 
Corte Real, capitão donatário da ilha Terceira e pai dos dois navegadores Corte Real, que 
demandaram terras de além-Atlântico e delas não voltaram nem deram notícia.
Manufacturada no estaleiro de C.J.Pearson, de Bristol, Rhode Island, com a colaboração de elementos
da comunidade portuguesa da região e o apoio de diversas entidades, desde a Sociedade de 
Geografia de Lisboa e a Academia de Marinha, à Associação Dr.Manuel Luciano da Silva, a 
réplica da “Pedra de Dighton” de Tavira homenageia de igual modo”as gentes de uma cidade 
alfobre de navegadoes e marinheiros ilustres que activa e valorosamente participaram em grandes 
feitos da epopeia marítima portuguesa”. Se vivo fosse, o ilustre médico-historiador e meu muito 
prezado amigo Dr. Manuel Luciano da Silva, por certo teria vindo de propósito da América, 
para estar presente em Tavira.
Após a inauguração da réplica da “Pedra de Dighton”, foi oferecido um beberete aos convidados a
meio da tarde. E à noite, na Praça da República teve lugar um concerto pela Banda da Armada,
chefiada pelo maestro capitão-tenente músico Délio Gonçalves, que exerce aquelas funções há cinco
anos. Entre as obras interpretadas no decorrer do concerto, merece destacar a popular 
“Marcha dos Marinheiros”, os “marinheiros aventureiros” que “a navegar sobre as ondas desde Goa, 
vieram a pensar nas meninas de Lisboa”.
A oferta da réplica da “Pedra de Dighton” a Tavira constituiu uma surpresa para os tavirenses, que de
uma maneira geral desconhecem o significado da “pedra” que a cidade recebeu. No local, o
monumento está legendado, embora necessitasse de legendas de maiores dimensões, mais visíveis.
E do que necessita, sem dúvida, é de protecção contra o vandalismo que grassa em toda a parte, 
impondo- -se portanto uma adequada defesa, para evitar insultos directos ao monumento.
Após a minha primeira visita ao Museu Dighton, há quarenta anos, como já referi, foi o Dr.Manuel
Luciano da Silva, em 1993, que de novo lá me levou, num dia inteiro consagrado a visitas a todos os
locais de presença portuguesa da região, desde o Monumento aos Descobrimentos Portugueses em
Newport à estátua do Infante D.Henrique em Fall River e à Igreja Portuguesa de Santa Isabel, em
Bristol. O Museu Dighton, situado na margem esquerda do rio Taunton, recebeu o nome da povoação
mais
próxima, que, todavia, se situa na margem oposta.

(...) Após a minha primeira visita ao Museu Dighton, há quarenta anos, como já referi, foi o 

Dr. Manuel Luciano da Silva, em 1993, que de novo lá me levou, num dia inteiro consagrado 

a visitas a todos os 
locais de presença portuguesa da região (...)

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