domingo, dezembro 30, 2018

Aniversários de elementos do CR: Janeiro de 2019

Com Votos de um Bom Ano, lembramos que em Janeiro deste Novo Ano de 2019, fazem anos:


Aristides Costa e Silva 07JAN (1945)
J. M. Rodrigues Rica 21JAN (1944)

A ambos um abraço de parabéns.

Também recordamos neste mês de Janeiro:
- O António Júlio Monsanto de Campos (falecido em 18DEZ2017) que nasceu em 31JAN1945;
- Um elemento do Curso (CRHC) que julgamos já nos ter deixado*: o Alexandre José dos Santos (Chana) nascido a 16JAN1945.
(* O seu falecimento não consta nos Registos do Arquivo de Identificação)

sábado, dezembro 29, 2018

CR´s em actividade: HAFonseca na Revista de Marinha (Nov/Dez2018)

Está já em distribuição o nº 1006 da Revista de Marinha (RM), correspondendo aos meses de Novembro e Dezembro de 2018.
Neste número registamos o habitual prefácio da autoria do nosso camarada CR HAFonseca (seguindo o A.O.), que para além doutros textos não assinados continua a apresentar antigos números da RM, neste caso a Revista nº 60 publicada há mais de 80 anos.

quinta-feira, dezembro 27, 2018

Ainda sobre as "Argos"

No livro recentemente publicado "PORTUGAL E A GUERRA DE ÁFRICA - A MARINHA COM AS "ARGOS" NAS ÁGUAS DA GUINÉ", da autoria dos nossos camaradas Vice-Almirantes OC João Pires Neves e CR António Carlos Rebelo Duarte, podem retirar-se alguns dados curiosos que não se restringem apenas à Guiné (alargam-se também aos Teatros de operações de Angola e Moçambique e ao desempenho de Missões em Cabo Verde e S. Tomé e Principe) e que têm a ver com o nosso Curso Miguel Corte Real.
As "ARGOS", comandadas por um oficial, normalmente 1º Tenente, teve em quase todas,apenas com excepção para a "LIRA", comandantes do CR, CR's ou CRHC's. Curiosamente na "Lira", em que não houve Comandantes do nosso Curso, registaram-se dois Comandantes que foram instrutores do nosso Curso na Escola Naval, os 1ºs Tenentes Costa Catalão e Pereira Germano, respectivamente de OUT66 a JAN67 e DEZ68 a MAI69.

ARGOS -            1º TEN António Carlos Rebelo Duarte CR AGO74-MAI75
DRAGÃO -         1º TEN Francisco José Morgado Castro e Silva CR JAN71-OUT72
ESCORPIÃO -   1º TEN Francisco Ferreira Baptista CRHC MAI74-ABR75
PÉGASO -          1º TEN José Manuel Belo Varela Castelo CRHC AGO74-SET75
CASSIOPEIA -  1º TEN Ramiro Medeiros de Sousa CR MAR71-DEZ72
HIDRA -             1º TEN Henrique Eugénio Claudino Morgado CRHC DEZ74-MAI75
LIRA -               NIL
ORION -            1º TEN João Furtado Azevedo Coutinho CRHC JUN74-JUN75
CENTAURO -   1º TEN Joaquim Francisco de A. Paes de Villas-Boas CR JUN74-MAR75
                             1º TEN João Furtado Azevedo Coutinho CRHC MAR75-JUN75
SAGITÁRIO -    1º TEN Zenóbio Roque Cavaco CRHC MAI73-SET74

P.S. A guarnição destes navios era constituída por: Um 1º Tenente comandante, um outro oficial que salvo pouquíssimas excepções era da Reserva Naval (Oficial Imediato e Chefe de serviços técnicos), 4 sargentos e 18 praças.

quarta-feira, dezembro 26, 2018

Recordando o Comte Abel

No livro do Comandante Estácio dos Reis, recentemente publicado, "Á PROCURA DA ARCA PERDIDA" nas páginas 104 e 105, podemos ler:
..."E também fomos a Goa - a minha única visita a esse histórico território - para ali encontrar, como capitão dos portos, o admirável camarada e amigo Abel de Oliveira, que nos brindou com uma refeição de caril que ainda hoje me arde na boca. O Abel emprestou-nos um carro com o qual fomos descobrindo Portugal pelas velhas ruas da cidade, carro esse no qual, durante uma larga tarde, não consegui meter marcha à ré. Talvez por ser o carro dum militar que em caso algum recua!...

terça-feira, dezembro 25, 2018

NATAL 2018

Muito curiosa esta iniciativa da ESCOLA NAVAL para o Natal. Será que a hora do dia escolhida terá sido a melhor?

sexta-feira, dezembro 21, 2018

O Zé do CMN

Realizou-se ontem, dia 20 de Dezembro, uma Cerimónia de Entrega de Louvor ao funcionário mais antigo do Clube Militar Naval, o Senhor José Adriano Ribas da Cruz, por nós conhecido como o Zé.

O Zé trabalha no CMN há 45 anos, tendo começado a sua actividade ainda na antiga sede do Marquês de Pombal que todos bem conhecemos e, desde então, já desempenhou diversas funções, sendo agora responsável pelo bar.

Funcionário dedicado e possuidor de um conhecimento profundo do CMN, é considerado por muitos dos seus sócios, um amigo.

A Cerimónia foi presidida pelo Presidente da Assembleia Geral do CMN, o consócio Contra-almirante Aníbal Soares Ribeiro (o segundo a contar da esquerda).

(Adaptação nossa do texto divulgado pelo CMN)


Encontros mensais do CR: Jantar de Natal 2018 (14DEZ) (3)

Ainda do jantar de Natal, mas já depois deste ter terminado e quando todos se preparavam para regressar a casa:


P.S. Foto tirada com a máquina fotográfica do CMN (comprimida).

quarta-feira, dezembro 19, 2018

Boletins de vencimentos da Marinha

Teremos recebido neste mês de Dezembro de 2018 pela primeira vez (eu pelo menos), pelo mail abaixo, o boletim de vencimentos. Veio directamente para o meu mail pessoal, isto porque o tenho, e não tenho, nem nunca tive, conta de correio electrónico da Marinha:
(Nunca aderi ao novo Acordo Ortográfico, mas dado que reproduzo o texto recebido da Marinha, não o alterei como tenho por hábito).





Proveniente de bvmail@marinha.pt


     


1. A caixa postal emissora deste email é exclusivamente para envio de mensagens. Por favor, não responda a esta mensagem.


2. Eventuais anomalias detetadas na análise do Boletim de Vencimentos anexo devem ser comunicadas até ao final do mês a que aquele respeita, às seguintes entidades:
a)  Repartições da Direção de Pessoal e Comando-Geral da Polícia Marítima: posto, posição remuneratória, nome, unidade e quadro;
b)  Direção de Contabilidade e Operações Financeiras: restantes dados.



3. Os Boletins de Vencimento (BV) são distribuídos via email para todos os militares, militarizados e civis que disponham de conta de correio eletrónico no servidor da Marinha.



4. O pessoal na efetividade de serviço (ou equivalente) que pretenda receber o BV numa conta de correio eletrónico privada, tem à sua disposição dois métodos para alterar a respetiva conta de correio:
a)  Através do acesso à aplicação do BV “on-line” no separador “Recursos Humanos” do Portal da Intranet da Marinha (PMARINTRA);
b)  Por solicitação direta junto da respetiva Repartição da Direção de Pessoal.

domingo, dezembro 16, 2018

Falecimento do Prof. Noémio Macias Marques

Tivemos hoje Domingo, dia 16 de Dezembro de 2018, notícia pelo Jornal Público na pág. 25, de que a Família do nosso Professor de Física (enquanto alunos da Escola Naval) Prof. Doutor Noémio Macias Marques comunicou o seu falecimento e que o seu funeral, depois de Missa celebrada neste mesmo Domingo na Igreja das Furnas às 12H30 saía às 13H00 para o Cemitério dos Olivais.
Não tendo a notícia chegado a tempo de podermos estar presentes, aqui lhe manifestamos a nossa saudade e o nosso respeito e pesar.

Recorda-se uma sua presença num jantar do CR realizado há alguns anos na FIL do Parque das Nações, em que se tinha aparentemente diluído a nossa diferença de idades e tentámos com sucesso, a quem não o identificou de imediato, convencer alguns desses nossos camaradas de Curso que se tratava dum antigo aluno nosso contemporâneo que havia chumbado. Efectivamente alguns caíram no logro com grande divertimento deste nosso antigo professor, também muito recordado pelos seus apontamentos onde mencionava o célebre "corte de realidade em tempo suspenso".

P.S. Poderá ser tentado através da Agência Funerária Aurindo e Gouveia Lda. Telef: 217163599/217160889, saber mais alguma informação sobre contactos da Família e eventuais outras cerimónias fúnebres.

sexta-feira, dezembro 14, 2018

Encontros mensais do CR: Jantar de Natal 2018 (14DEZ) (1)

Como previsto, realizou-se nesta sexta-feira dia 14 de Dezembro de 2018, o jantar de Natal do CR, como habitualmente extensivo às nossas mulheres que compareceram em larga maioria. Na sala do andar superior do CMN, em mesa rectangular única em vez das habituais mesas redondas, juntaram-se neste evento 11 casais: AAnaia, ACostaeSilva, ARDuarte, ASPinho, CBMoreno, FMSousa, FSLourenço, HCRoque, JMCortes, JPVB, JSHenriques, e 4 singles: ACFidalgo, APRoberto, AVCunha e PReynaud. Enviaram cumprimentos e justificaram a sua ausência mais 12 camaradas (AACoutinho, AAlmeida, CSaldanhaC, EFCarvalho, FCSantos, FMPereira, JOCA, MFMenezes, PMacedo, RebeloMarques, Valente, Vitorino). Por compromissos familiares o HFonseca e a sua mulher, que os impediam de estar presentes no jantar, ainda marcaram presença nos aperitivos.
O jantar, que decorreu animado, foi iniciado pelo organizador-mor ACFidalgo com um ponto de situação em que não deixou de referir o apoio do FSLourenço, seguindo-se uma intervenção assinalando a data do AVCunha.
Esperamos brevemente divulgar algumas fotos deste evento.
Entretanto aqui ficam Votos de Boas Festas para todos e respectivas Famílias.

segunda-feira, dezembro 03, 2018

Encontros mensais do CR: Jantar de Natal 2018 (14DEZ)

Caros camaradas e amigos,
Como é tradição do Curso, vamos mais uma vez realizar o nosso jantar de Natal acompanhados pelas consortes, para o qual estamos todos convidados sós ou bem acompanhados.
O evento decorrerá no CMN no dia 14 de Dez. 6ª F, pelas 19h 30m no 1º andar.
A ementa consta de:
Aperitivos: amendoins, caju e mistura de outro frutos secos;
Entrada: Crepe de camarão com salada;
Prato principal: Lombo de porco recheado com ameixas;
Doce: Semi-frio de frutos silvestres;
Vinhos: Borba branco e tinto;
Café
O preço é de 24,00 € por pessoa, já incluída a gorjeta. Solicito a quem pagar em dinheiro o faço o mais trocado possível.
Fico a aguardar a vossa inscrição.
Um abraço da Comissão Organizadora
ACFidalgo

sábado, dezembro 01, 2018

Aniversários de elementos do CR: Dezembro de 2018

Neste mês de Dezembro  de 2018 completam mais um ano os seguintes camaradas:

Paulo Reynaud da Silva 02DEZ (1943)
Gonçalo Cordes Valente 03DEZ (1943)
Alexandre Noronha e Menezes 04DEZ (1943)
Fernando Santos Lourenço 07DEZ (1944)
Amadeu Cardoso Anaia 19DEZ (1943)
Manuel Rebelo Marques 19DEZ (1944)
Henrique Alexandre da Fonseca 25DEZ (1946)

A TODOS MUITOS PARABÉNS


Recordamos também em 02 de Dezembro o Luís Manuel Rocha da Silva cujo nascimento ocorreu nessa data em 1944.

sábado, novembro 24, 2018

Desafios culturais (30)

A muita ignorância que reina no conhecimento da costa portuguesa leva-nos a insistir nesta rubrica e a escolher um ou outro local mais fácil de identificar, para animar o moral dos leitores deste blogue que por essas razões nem sequer têm tentado responder.
Aqui fica portanto uma foto para identificar a que o HAFonseca fica impedido de responder ou ajudar a responder.

quinta-feira, novembro 22, 2018

Perdidos e achados

No almoço do Curso, do passado dia 15 de Novembro de 2018, no Grill Klub, alguém deixou por esquecimento este porta-chaves em cima da mesa. O FSL recolheu-o, para o entregar ao CR que, por despiste, lá o deixou. Portanto, o interessado pode “acusar-se” e informar o blogue, para não continuarmos à procura do legítimo dono da peça (e garante-se que é uma grande peça).

sexta-feira, novembro 16, 2018

Encontros mensais do CR: Almoço em 15NOV2018 (1)

O almoço mensal do Curso CR realizou-se desta vez na " Margem Sul", mais concretamente no Rest. Grill Klube no campo de futebol em Monte de Caparica.
A ementa foi praticamente toda à base de peixes variados e moluscos (choco), devidamente grelhados em carvão, como é apanágio do restaurante. A sobremesa constou de diferentes doces e melão.
O convívio foi muito franco e ruidoso, tendo comparecido 17 camaradas: A. Anaia, A. Costa Silva,A C Duarte, A. Fidalgo, A V Cunha, E F Carvalho, F Caldeira Santos, F S Lourenço, H Costa Roque, J C Correia Marques, P Reynaud,  R Medeiros Sousa, C Valente, A S Pinho, J Sousa Henriques, Alves Almeida, F Menezes.
O próximo evento será o Jantar de Natal com mulheres*, no CMN no dia 14 de Dezembro de 2018.





Notas da R:
* Respectivas
- Texto de ACFidalgo e fotos de AVCunha (comprimidas para satisfazer os requisitos do Blogger) que se agradecem.

segunda-feira, novembro 12, 2018

CR's em actividade: Livro "Portugal e a Guerra de África. A Marinha com as Argos..." (1)


Na passada 2ª feira, 12 de Novembro, foi lançado, no Pavilhão das Galeotas, Museu da Marinha, o livro “PORTUGAL E A GUERRA DE ÁFRICA”, com o sub-título “A Marinha com as “ARGOS” nas águas da Guiné”.
Da autoria, partilhada, do CR ACRD, o livro é uma peça importante para a compreensão da guerra que mais de uma década tivemos no Ultramar, com especial enfoque para a Guiné e para a decisiva contribuição da Marinha naquilo que o Prof. António Telo, na sua apresentação, classificou como um sucesso da Nação.
Igualmente fez a apresentação o OC Rodrigues da Costa, tendo o Prof. Adriano Moreira, autor do prefácio, usado a ocasião para proferir mais uma das suas brilhantes orações.
Julgo que todos nós gostaremos de ler este livro, em que a maior parte, certamente, se reverá.
Vale a pena. Custa 18€, foi editado pela Comissão Cultural da Marinha e o CEMA também esteve presente, enquadrando uma assistência pouco vulgar neste tipo de eventos.

Texto do FSL



Fotos do evento, da autoria do STEN TN DSG Miguel Graça Miranda que agradecemos, mas que tivemos que comprimir por condicionamentos de espaço que nos são impostos.

quinta-feira, novembro 08, 2018

Movimento hospitalar: CBoninaMoreno

Na passada 2ª Feira dia 05 de Novembro de 2018 foi operado a uma anca no Hospital da Luz o nosso camarada Carlos Bonina Moreno. A operação correu bem  e irá manter-se naquele Hospital para convalescença e fisioterapia, transitando na próxima 2ª Feira para o edifício anexo "Casas da Cidade" para completa reabilitação.
Desejamos-lhe uma rápida recuperação.

terça-feira, novembro 06, 2018

CR's em actividade: Livro "Portugal e a Guerra de África. A Marinha com as Argos..." (0)

CONVITE PARA O LANÇAMENTO 
DA OBRA " Portugal e a Guerra de África. A Marinha com as Argos nas Águas da Guiné"" 
(12NOV2018 - 2ª Feira, 17:30h) no Pavilhão das Galeotas (Museu de Marinha)

Autores:
António Carlos Rebelo Duarte
João Manuel Lopes Pires Neves

Prefácio:
Prof. Dr. Adriano Moreira

Apresentação:
Prof. Dr.  António Telo
Cte Adelino Rodrigues da Costa


domingo, novembro 04, 2018

Encontros mensais do CR: Almoço em 15NOV2018 (0)

Caros camaradas e amigos,
O próximo almoço realizar-se-à na margem sul*, num local conhecido de muitos.
Assim, estão todos convocados/convidados, para o dia 15 Nov 2018, 5ª f. pelas 12h30m já sentados,
no Rest. Grill Klube situado no campo de futebol no Monte de Caparica.
Para quem não conhece e não só, sugere-se concentração nas bombas de gasolina da via rápida da Caparica no sentido Almada- Caparica pelas 12h com saída às 12h15m.
Confirmações até às 12h do dia 13NOV2018, 3ªf.
ACFidalgo

Nota* da R. - Expressão que consta não ter a aprovação do nosso camarada ASP

sexta-feira, novembro 02, 2018

Desafios culturais (30)

Mais um excerto do Domínio Público Marítimo no território continental de Portugal para ser identificado. 
Quem se habilita a responder?


Foto de 12AGO2018 de JPVB

quarta-feira, outubro 31, 2018

Aniversários de elementos do CR: Novembro de 2018

Neste mês de Novembro de 2018 completam mais um ano: 

12NOV(1944) JORGE AUGUSTO PIRES 

14NOV(1945) ARMÉNIO CARVALHO CARLOS FIDALGO 

27NOV(1945) ÁLVARO AMADO BORDALO VENTURA

A todos um abraço de parabéns!

Lembramos ainda neste mês  de Novembro:
em que completam oito e quatro anos das suas mortes, ocorridas em 05NOV2010, o CRHC JM CORREIA GRAÇA e em 14NOV o CR FERREIRA NETO que faleceu naquele dia no ano de 2014

E recordamos também neste mês o OC/CR GêBê Maurício, de seu nome completo EUGÉNIO HUMBERTO RODRIGUES MAURÍCIO, porque nasceu em 29NOV (1943) e faleceu neste mesmo mês no dia 21NOV em (1994).

sábado, outubro 27, 2018

48º Aniversário da Jacinto Cândido

Por se encontrar no decurso duma Missão SAR entretanto prolongada, a cerimónia alusiva ao 48º aniversário da Corveta NRP " Jacinto Cândido", a convite do seu último Comandante (o vigésimo-quinto), Capitão-tenente Rui Manuel Zambujo Madeira, foi adiada de 22 para 26OUT2018. Com largada da BNL pelos seus próprios meios, na manhã de Sexta-Feira dia 26, o navio fundeou frente à Torre de Belém onde decorreram diversas cerimónias e um almoço, regressando à BNL cerca das 16 horas. Foi esta praticamente a sua última Missão, porquanto o navio apenas voltará a sair da Base para descarregar munições, antes do seu abate.
Este navio, o 2º da Classe "João Coutinho",  foi construído na República Federal Alemã e aumentado ao efectivo dos navios da Armada em 16 de Junho de 1970, tendo tido como seu primeiro Comandante  o nosso professor de Artilharia Naval na EN Cap. ten. Vitor Manuel Trigueiros Crespo.
Curiosamente e por esta mesma razão aqui neste blogue se dá conta deste evento, porquanto esta Corveta, construída na República Federal Alemã nos Estaleiro B+V em Hamburgo, teve quatro membros do CR  como comandantes, todos de seguida como se poderá constactar na ampliação da placa existente a bordo:

sexta-feira, outubro 26, 2018

CR´s em actividade: HAFonseca na Revista de Marinha (Set/Out2018)

Já nas bancas o nº 1005 da Revista de Marinha correspondendo aos meses de Setembro e Outubro de 2018, com o habitual Prefácio do nosso camarada CR HAFonseca, além de outras rúbricas de que lhe reconhecemos a autoria.

quinta-feira, outubro 25, 2018

Mudança da hora 2018/2019



Na madrugada de 28 de Outubro de 2018 (domingo), a Hora Legal muda do regime de Verão para o regime de Inverno.
– Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, às 2:00 horas da manhã atrasamos o relógio de 60 minutos, passando para a 1:00 hora da manhã.
– Na Região Autónoma dos Açores a mudança será feita à 1:00 hora da madrugada de domingo, dia 28 de Outubro, passando para a meia-noite (00:00), do mesmo dia.
Podem consultar mais informação sobre o calendário do período da hora de verão até 2021 e a legislação aplicável na página Mudança da Hora.

sábado, outubro 20, 2018

Encontros mensais do CR: Almoço 18OUT2018

Como previamente anunciado teve lugar no CMN no passado dia 18OUT2018 o encontro mensal do CR, prévia e antecipadamente divulgado pelo nosso organizador-mor ACFidalgo, com 16 (dezasseis) presenças. 
Depois dos aperitivos -para quem chegou a horas próprias conforme convocatória- junto ao bar, a fotografia que se vem tornando habitual na escadaria e fica registada nos Arquivos do Clube e a marcha até à sala de jantar onde decorreu o almoço: Sopa de legumes, um prato de pelo menos 3 à escolha (bacalhau à Zé do Pipo, cataplana de peixe e carne ou leitão), sobremesa e café na mesa, branco ou tinto a acompanhar o repasto.
Assinalando-se especialmente a presença do JOCA, estiveram presentes 16: ACAnaia,  ACostaeSilva, ACRDuarte, AFidalgo, AMdeSá, AVCunha, CBMoreno, EFCarvalho, FCaldeiraSantos, FSLourenço, HAFonseca, HCostaRoque, JCCorreiaMarques, JPVB, PReynaud e RMedeirosS.




Segundo o organizador o próximo almoço está previsto para 15NOV, 5ª Feira, em local já conhecido do Curso, na outra margem do Rio Tejo.
Fotos de FSLourenço e JPVB

CR's em actividade: FSLourenço nos Anais do CMN (5 de 5)

Já em Blantyre, na manhã do dia seguinte tivemos (todos os indivíduos atrás mencionados) uma última reunião com o Ministro Alek Banda, que tomou conhecimento dos desenvolvimentos ocorridos até então e, desde logo, quis conhecer o encargo financeiro estimado para a construção da Base (por fases). No entanto, os técnicos informaram só poder responder a essa questão após a recolha de uma série de dados e informações, entre os quais os elementos que me comprometi a coligir e enviar.
Foram também informados os circunstantes, nessa reunião, da intenção (segundo os israelitas, que a apresentaram) do Governo Malawiano incluir, no futuro, na Base Naval, uma escola de mergulhadores e uma estação de radar.
Aproximava-se, então, o fim da minha estadia no Malawi; o chefe da delegação dos M.Y.P., mr. NTaba, agradeceu a minha participação e informou-me que iria solicitar, pelas mesmas vias, o meu regresso ao terreno logo que a primeira fase dos trabalhos fosse iniciada.
Nesse mesmo dia, após o almoço, regressei a Moçambique. Embarquei no aeroporto de Blantyre em voo regular (com o apoio de mr. Zimba na passagem da fronteira) e desembarquei na Beira, agora apoiado de novo pelo dr. Silva e Costa.
No dia seguinte, voltei para Metangula, via Vila Cabral.
Posto o Comandante da Defesa Marítima ao corrente do que se tinha passado, para o que elaborei o respectivo relatório (tinha já deixado um documento semelhante ao engº Jorge Jardim22, através do dr. Silva e Costa), dediquei as semanas seguintes a compilar os elementos que me tinha comprometido a enviar para o Malawi.
Após reuniões com os Chefes dos Serviços do CDM, apresentando-lhes o quadro da situação para a qual eram solicitados a elaborar as respectivas sugestões de implementação de serviços homólogos na futura Base Malawiana, aqueles responsáveis entregaram-me, no prazo previsto, os elementos, abrangendo oito áreas: Abastecimento, Comunicações, Armamento, Serviço de Assistência Oficinal, Saúde, Pessoal, Serviços Gerais e Electrotecnia.
Nas cartas referidas, informei o engº Jardim e, também, os M.Y.P. que o Comandante Naval de Moçambique23 tinha autorizado a ida do tenente Marques Pinto24 juntamente comigo, numa próxima ida a Nkhata Bay, face à sua condição de técnico de mergulhadores.
O tempo foi passando. A Base começou a nascer, tendo-se tido conhecimento de alguns reveses na sua construção – terá havido um aluimento de terras, na sequência de enxurradas, em que morreram alguns operários –, o que fez atrasar todo o processo. Ao mesmo tempo, aproximava-se o momento da rotação da minha Companhia para Lourenço Marques, o que veio a acontecer em meados de Setembro.
Por estas razões e, eventualmente por outras que não conheci, não voltei, nessa altura, ao Malawi, nem tive mais qualquer outro contacto com o processo, pelo que desconheço a evolução que o mesmo teve a partir daí.
Em termos de balanço final, as coisas correram, penso, bem. Ainda assim, não será fácil para o comum das pessoas perceberem como é que um oficial da Marinha, ainda jovem, que só tinha passado pela Escola Naval e por navios, se transforma, de um dia para o outro (literalmente) num “expert” em instalações militares, nomeadamente bases navais… ainda por cima, competindo com profissionais de países que, por razões facilmente compreensíveis, não brincam em serviço, como era o caso dos israelitas.
Mas eu tenho uma explicação, imbatível: é o ADN. Os portugueses têm, no seu ADN, um nucleotídeo “endémico” da raça lusa: o desenrascanso, factor que faz com que mesmo perante situações intrincadas, muitas vezes, muito mais do que a que agora acabo de descrever, se resolvam por forma a cumprir a intenção ou o objectivo. Ao longo dos séculos, muitas vezes ajudou a termos conseguido descobrir o que descobrimos, a termos conseguido chegar onde chegámos. Penso, também, que aquele factor igualmente contribuiu, com uma quota-parte não despicienda, para termos conseguido gerir com dignidade, profissionalismo e eficácia uma guerra de múltiplos inimigos (alguns deles, amigos disfarçados), sendo difícil, ainda hoje, ser entendida a extraordinária capacidade de resposta que um País do tamanho do nosso conseguiu consistentemente evidenciar, durante mais de uma década, em cenários muito diferenciados.
22 O engº Jorge Jardim, muito simpaticamente, enviou-me, com data de 29 de Abril, o dia do meu regresso à Beira, uma carta em que me agradecia a colaboração e o relatório que fiz, informando-me que tencionava acompanhar-me na próxima visita “para apreciação mais definitiva do encaminhamento do assunto” 
23 CALM Jaime Lopes
24 Então 1º tenente Q.P. da classe de Marinha Manuel Marques Pinto, também piloto de um dos aviões ao serviço do C.D.M. e igualmente com o Curso de Mergulhador

sexta-feira, outubro 19, 2018

CR's em actividade: FSLourenço nos Anais do CMN (4 de 5)

Pareceu-me, aliás, claro, por alguns pormenores que foram deixando escapar durante a reunião, que os israelitas acompanhavam de muito perto a organização dos M.Y.P., quiçá coordenando a estrutura e supervisionando no plano operacional, devendo ter a seu cargo todas as matérias ligadas à segurança da Organização e das suas instalações).
Fui, então, informado que, no dia seguinte, o grupo iria apresentar o processo ao (super) Ministro das Finanças, Informação, Turismo e Economia do Malawi, Alek Banda (que igualmente tutelava os M.Y.P. e não tinha qualquer relação familiar com o Presidente Banda; tinha, sim, uma secretária lindíssima, loura, inglesa), que se encontrava em Rhumpi, uma pequena cidade ainda mais a norte de Mzuzu, junto ao Parque Nacional de NiyKa.
A 26 de Abril, de manhã, saímos de Mzuzu, numa curta viagem por estrada não muito cuidada, tendo-se iniciado, ainda antes do almoço, a reunião com o Ministro, que decorreu em pleno quarto do hotel, em Rhumpi, onde estava alojado, servindo a cama como mesa para apreciação dos documentos utilizados.
Para facilitar a apresentação da minha opção e porque calculava que ela iria ser contestada pelos israelitas, preparei, na noite anterior e com o inestimável apoio do Comandante Dentinho, um documento de duas páginas e, em anexos, esboços figurativos, que li na reunião. Após um debate relativamente vivo, em que houve que defender a essência das posições e responder a inúmeras perguntas, algumas de natureza técnica mais detalhada, e para agradável surpresa minha, o Ministro decidiu-se pela nossa visão, mandando avançar o processo nos moldes em que o propus.
Terminada a reunião, voltámos ainda nesse dia a Blantyre. Jantei com os meus dois interlocutores iniciais, mr. NTaba e mr. Zimba, aproveitando para os esclarecer sobre diversos aspectos inerentes à realidade de uma Base Naval.
Na sequência da decisão do Ministro Banda, houve nova reunião, no dia 27 de Abril, ainda em Blantyre, em que estiveram presentes, além do grupo anterior, mais um arquitecto (mr. Max) e um consultor técnico (mr. T. Miles), os quais me “crivaram” de perguntas, de resposta difícil no momento, com incidência no número e dimensão dos edifícios a integrar a Base Naval (partindo, segundo referiram, do princípio de que ela viria a albergar dez navios com características aproximadas às dos actuais – 17 m., 22 tons., 1,7m de calado –, além de uma força de intervenção estimada em cerca de cem homens). Avancei, no momento, com as indicações que me pareceram possíveis e pertinentes e ficou assente que, no próprio local, se definiriam melhor algumas dessas questões.
No dia seguinte, 28 de Abril, voltámos a Nkhata Bay, tendo os técnicos presentes na reunião do dia anterior podido apreciar as condições geomorfológicas da área seleccionada, identificando as condições para que a Base Naval ali viesse a ser implantada, atentos alguns constrangimentos relevantes, mormente na construção dos dois quebra-mares (de 100 e 50yds) integrantes da solução acolhida, que também previa a construção de uma doca seca ou, em alternativa, um ou mais planos inclinados – solução menos dispendiosa). Durante esta visita, os membros dos M.Y.P. avançaram com a possibilidade da construção, nas proximidades da futura Base, de um complexo aeroportuário básico, para aviões tipo Islander.
Em sequência, ficou acordado que eu apresentaria, via Comandante Ponce Dentinho e num prazo de cerca de duas semanas, um memorandum com a indicação de todas as infraestruturas necessárias, incluindo as características técnicas e dimensões, naturalmente em função dos elementos operacionais que me tinham sido transmitidos; ainda nessa visita ficou alinhavada, em primeira análise, a localização relativa daquelas infraestruturas.

quinta-feira, outubro 18, 2018

CR's em actividade: FSLourenço nos Anais do CMN (3 de 5)

Ao fim da manhã do dia seguinte segui, em avião dos M.Y.P. e acompanhado dos dois elementos daquela Organização, para Mzuzu, uma cidade no norte do país, próxima do local previsto para a Base: Nkhata Bay, localidade praticamente no paralelo do limite NW de Moçambique.
Chegados a meio da tarde, instalámo-nos num pequeno hotel e partimos para a primeira visita aos locais seleccionados, próximos um do outro, ambos a sul de Nkhata Bay.
À nossa espera, encontrava-se a “John Chilembwe”, uma das duas lanchas malawianas, comandada pelo 1º tenente da R. L.20 Fernando Santiago Ponce Dentinho21.
Ultrapassada a estupefacção e enorme surpresa deste Camarada (na verdadeira acepção da palavra – já maduro na idade, solidário, disponível, bom carácter), que desconhecia em absoluto o assunto, o grupo, a que se juntaram dois oficiais israelitas (T.Cor. Imba e T. Cor. Ramot) – facto de que não fui previamente informado –, seguiu para visita aos locais propostos para a Base, distando cerca de 1,5 mi. de Nkhata Bay.
Após uma rápida passagem, observadas as características das margens, a orografia da zona, identificados os ventos dominantes e, principalmente, aconselhado e apoiado pelo Comandante Dentinho, profundo conhecedor daquela margem do Lago, realidade com que eu me confrontava pela primeira vez, os malawianos quiseram desde logo saber a minha opinião sobre qual o local mais ajustado para implantação da Base.
Como atrás referido, os locais eram muito próximos, mesmo adjacentes; as diferenças entre ambos tinham principalmente a ver com o espaço disponível para instalar a Base, com todos os requisitos identificados e aceites, a protecção contra os ventos dominantes (de sul e noroeste) e a segurança militar das futuras instalações.
Ponderados, com a celeridade adequada à rapidez exigida pelos anfitriões e muito respaldado no senso e experiência do Comandante Dentinho, propus então o local mais a sul, de maior amplitude e também solução mais dispendiosa, mas a única a poder garantir os padrões de operacionalidade e segurança equivalentes aos seguidos na nossa Marinha; esta opção teve, desde logo, forte oposição dos israelitas (que, conhecendo muito bem o processo, valorizaram, certamente, mais os aspectos financeiros do empreendimento, talvez pela dimensão do suporte que se teriam comprometido a assumir.


20 Reserva Legionária.

21 A “John Chilembwe” foi uma das duas LFP’s cedidas ao Malawi pelo Governo Português, no âmbito da estratégia de defesa das águas do Lago Niassa; esta, era originariamente a LFP “Castor”(P 580) e foi cedida em 5AGO1968; a outra, a “Chibisa”, ex-“Regulus”(P 369), à época comandada pelo s/ten. RN Marques da Silva, passou ao Malawi em 21MAR1970. A “Castor”, construída nos Estaleiros Navais do Mondego, pertencia à classe “Júpiter”, deslocando 22/28 tons., comprimento 17,7m, potência 2x335 BHP, velocidade 12,7 nós; a “Regulus”, da classe “Antares”, construída pelo Estaleiro Navalis, deslocava 18/25 tons., comprimento 17 m, potência 2x276 BHP e velocidade 16 nós. Ambas tinham uma guarnição de 7 homens – Comandante, fogueiro e comunicativo, portugueses; os restantes, dos M.Y.P. – e igual armamento: uma Oerlikon 20mm. A.A. e duas MG 42, de 7,62mm.

quarta-feira, outubro 17, 2018

CR's em actividade: FSLourenço nos Anais do CMN (2 de 5)

À minha espera, estava o dr. Silva e Costa10 que, após as boas vindas, me levou para o Hotel Embaixador, estrutura, à época, com qualidade e bem inserida no todo harmonioso que era a cidade da Beira. Pelo caminho, informou-me que iria ser recebido pelo eng.º Jardim ao fim do dia, como aconteceu, pelo que deu para, durante o fim de semana e aproveitando um tempo magnífico, visitar a bela e airosa cidade e desfrutar de locais que só em África, naquela nossa África de então, existiam11.
Acabei então por ser recebido cerca das 23 horas, nos escritórios da Lusalite na Beira, pelo engº Jardim; apareceu com ar desportivo, de ténis, fresco como se estivesse a começar o dia. Muito afável, fez-me algumas perguntas de carácter pessoal (uma das primeiras, certamente por acaso, foi para saber o meu estado civil…) e de imediato passou à explicação da razão da minha ida ao Malawi: diferentemente do constante na mensagem inicial, o objectivo, afinal, seria o de “apreciar e sugerir algumas modificações, em caso justificado, no respeitante às normas de segurança a aplicar na futura Base Naval do Malawi, a construir próximo de Nkhata Bay”12. Após me ter informado da justificação “legal” para esta deslocação – iria, na qualidade de engenheiro electrotécnico, tratar de assuntos junto da “National Oil Company”13 -, o engº Jardim indicou-me que, ao contrário do que a mensagem referia, ele não me acompanharia nesta deslocação, terminando o encontro com votos de sucesso na missão.

Na manhã de 2ª feira, após deixar todos os meus documentos e outros elementos comprometedores (nomeadamente, a chapa de identificação militar usada pelos fuzileiros no Ultramar) ao cuidado do Comando da Defesa Marítima, recebi, através do dr. Silva e Costa (que me recolheu no hotel e me levou ao aeroporto), um salvo-conduto passado pela D.G.S.14.Mr. Zimba conduziu-me, então ao “Shire Highlands Hotel19, uma unidade hoteleira afastada do centro da cidade (ao que me explicou, por razões de discrição). Almoçou comigo e, à noite, levou-me ao “Mount Soche Hotel”, onde me apresentou o seu chefe, mr. NTaba, com quem jantámos.

Fiquei, então, a conhecer o interesse real dos malawianos na minha pessoa: não, o de “aconselhar a segurança de aquartelamento de fuzileiros a construir”, conforme mensagem recebida em Metangula; igualmente, não, o de “intervir na definição das normas de segurança da futura Base Naval”, mas sim o de “actuar como expert, tanto na construção e equipamento da Base Naval, como na escolha do local, entre duas hipóteses pré-definidas, adequado para a sua implantação”. Nada de mais, convenhamos, para quem não tinha qualquer histórico nessa matéria e apenas ia, razoavelmente, preparado para ajudar na definição das regras e condições de segurança da tal futura Base Naval, supostamente já definida e localizada, tema que, aliás, os meus interlocutores não quiseram nem abordar, por razões que em breve vim a perceber.

Cumpridos os procedimentos de embarque e após ultrapassar um episódio ocorrido na passagem pela alfândega, em que o agente policial de serviço terá achado estranho o facto de eu apenas possuir salvo-conduto, não apresentando passaporte ou B.I. (o que obrigou a uma última intervenção do dr. Silva e Costa, forçado a explicar a situação ao agente), embarquei num avião fretado para esta viagem (evitando assim usar a carreira regular). O aparelho, enorme para esta necessidade (com capacidade para cerca de 24 passageiros) levava a bordo apenas 2 pessoas – eu e o piloto – pelo que lhe fiz companhia no cockpit, tendo a viagem para Blantyre15 decorrido com uma conversa de “surdos”, em que o piloto, desconfiado, me questionava sobre quais os problemas que eu, enquanto “engenheiro electrotécnico”, ia resolver na “Oil Company”, ao que eu retorquia com comentários ao belo tempo que, naquele dia, se fazia sentir…
À minha espera, à chegada, estava o Comendador Pombeiro de Sousa, Cônsul de Portugal em Lilongwe16, acompanhado de um malawiano, mr. Zimba, “Oficial de Ligação” dos “Malawi Young Pioneers” (M.Y.P.)17.
Após as apresentações, Pombeiro de Sousa deixou-me um contacto para qualquer eventualidade (apesar de o ter tentado, tal nunca foi possível, certamente por razões de agenda do Cônsul…), informou-me que a minha presença não era, nem podia vir a ser, do conhecimento do nosso Embaixador18 e retirou-se para ir jogar golfe.


10 Amadeu da Silva e Costa, de formação em Veterinária e pai de um Oficial da Armada, exercia, em Moçambique, a sua profissão em empresas do sector da pesca, ao mesmo tempo que se constituía como o “braço direito” do eng.º Jorge Jardim em múltiplas das suas actividades, designadamente as ligadas às relações entre Moçambique e o Malawi, de que era também Vice-Cônsul Honorário na Beira.

11 A Beira, capital da Província de Sofala, originariamente designada de Chiveve, assumiu o estatuto de cidade em 1907 e, à época deste episódio, era um dos destinos de férias preferenciais dos rodesianos, pelas praias da orla marítima que se estendia desde o Grande Hotel (inaugurado em 1955, anunciado como o “orgulho da África” e considerado como o maior e mais requintado hotel do Continente Africano, palco de grandes festas e recepções, como a do casamento, no fim dos anos 60, de uma filha do engº Jorge Jardim com um jovem e muito qualificado Oficial da Armada), até ao farol do Macuti. Dispunha de um porto bem equipado, com ligações à Rodésia e ao Malawi, tendo outras atracções turísticas, como por exemplo a sua Catedral e a Estação Ferroviária, construída nos anos 60 do século passado. Usufruía, igualmente, da proximidade ao magnífico Parque da Gorongosa, a cerca de 170 km a NW.
12 Capital do distrito com o mesmo nome, no norte do país.
13 Companhia Petrolífera do Malawi, com sede na capital, Lilongwe e onde a influência portuguesa era eficaz, embora muito discreta, atenta a realidade geo-política daquela zona de África o engº Jardim indicou-me que, ao contrário do que a mensagem referia, ele não me acompanharia nesta deslocação, terminando o encontro com votos de sucesso na missão.
14 Direcção Geral de Segurança, delegação da Beira.
15 A 2ª cidade do Malawi, já então considerada a “capital” financeira e comercial do país, por contraponto à capital Lilongwe.

16 Pombeiro de Sousa, um português radicado no Malawi desde 1946, elemento fundamental para, em articulação com Jorge Jardim, efectuar o condicionamento, a favor dos interesses de Portugal, da política daquele país.

17 Braço paramilitar do Partido do Congresso do Malawi, do dr. Hastings Kamuzu Banda, inicialmente criado como programa do Serviço Nacional da Juventude e respectiva agenda de desenvolvimento. Ao longo do tempo, esse foco foi esquecido e a organização, treinada para o efeito por Orlando Cristina, um operacional que integrou o universo Jorge Jardim a partir de 1965, tornou-se numa intrincada rede de espionagem e terror, constituindo-se como factor decisivo na criação de um regime de partido único no país, funcionando simultaneamente como Corpo de Guarda Pessoal do Presidente Banda.
18 Vasco Futscher Pereira, que depois de 1974 integrou, como MNE, o VIII Governo Constitucional e com quem Jorge Jardim não tinha uma relação aberta.