terça-feira, maio 26, 2015

Pedra de Dighton. O porquê duma réplica em Tavira.


CR  promove oferta de réplica da “Pedra de Dighton”
O curso que frequentou a Escola Naval no período de 1963/67, e que teve como patrono o navegador Miguel Corte Real, conhecido na gíria naval apenas pelas iniciais “CR”, comemorou nos fins do ano de 2013 os seus cinquenta anos de entrada na Marinha. As comemorações em apreço incluiram, entre outros eventos, um fim-de-semana em Tavira, a cidade-berço da família Corte Real, constatando-se então que ali não existia ainda nenhuma referência à “Pedra de Dighton”.
Como se sabe, Miguel Corte Real explorou a costa nordeste dos Estados Unidos e do Canadá, em 1502, procurando o seu irmão Gaspar, que não havia regressado de uma expedição realizada no ano anterior. Contudo, Miguel Corte Real  também não regressou da sua viagem, perdendo-se-lhe então o rasto. No entanto, em 1918, o Prof. Edmund Delabarre, da Brown University, de Providence, Rhode Island, estudou uma pedra de grandes dimensões mergulhada no leito do rio Taunton, perto da foz, nas imediações da cidade de Fall River, no Estado de Massachussetts, um arenito avermelhado com numerosas inscrições; entre estas conseguiu identificar “Miguel Corte Real Y Dei hic Dux ind” e a data “1511”. Este Professor americano construiu então a hipótese de que o navegador português teria naufragado nas proximidades daquele local, e que  teria sido recolhido pelos indios. Entretanto, a “Pedra de Dighton”, graças aos esforços do Dr. Luciano da Silva - personalidade muito activa na comunidade portuguesa da Nova Inglaterra, já falecido -  está hoje preservada e à guarda de um museu local, tendo sido entretanto executadas diversas réplicas, uma das quais se encontra colocada na esplanada fronteira ao Museu de Marinha, em Belém.
Nestas circunstâncias, o Curso CR tomou a iniciativa de promover a oferta de uma réplica da “Pedra de Dighton” à cidade de Tavira. A réplica foi manufaturada num  estaleiro naval em Bristol, Rhode Island, e transportada para Portugal com o  apoio da firma MSC – Mediterranean Shipping Company, que se disponibilizou para a transportar gratuitamente num dos seus navios e da firma Segurama, que ofereceu o seguro.
A inauguração do monumento com a réplica terá lugar no próximo dia 28 de Junho às 12h00, em cerimónia pública, estando prevista a sua colocação em zona nobre de Tavira, junto da margem esquerda do rio Gilão, cerca de 100 m a montante da ponte romana. A inauguração será seguida de alguns eventos sociais bem como de um concerta da Banda da Armada, ao ar livre, às 21h30, na Praça da República.
Este projecto do curso Miguel Corte Real mereceu diversos apoios designadamente da Academia de Marinha, da Sociedade de Geografia de Lisboa (Comissão Corte Real), das firmas MSC e Segurama, da Casa dos Açores da Nova Inglaterra e da Associação “Manuel Luciano da Silva”, e da Marinha de Guerra Portuguesa.

Texto da autoria do CR HAFonseca

2 comentários:

s.pinho disse...

Gostei. Excelente contributo.

Unknown disse...

Fiquei muito contente de saber que tudo correu muito bem!