quarta-feira, fevereiro 23, 2022

João Furtado de Azevedo Coutinho

É com muito pesar que damos a conhecer o falecimento, hoje ocorrido, do nosso Camarada e amigo Azevedo Coutinho, de cuja companhia sentiremos muita falta.

Sentidas condolências à sua Família, Amigos e Camaradas.

terça-feira, fevereiro 01, 2022

Aniversários de elementos do CR: Fevereiro 2022

Ainda 2022 não tinha dado volta à faina depois de chegar às nossas vidas, piratas informáticos atacaram as máquinas servidoras do Grupo Impresa, no qual se incluem, entre outros, o semanário Expresso e o canal de televisão SIC, com consequências operacionais graves e provavelmente levando a custos financeiros elevados. E, em meados de Janeiro, outro ataque atingiu os serviços na Ucrânia, provocando a paralisação de cerca de 70% das páginas governamentais. Poucos dias depois, foi a vez do Comíté Internacional da Cruz Vermelha, Genebra, ver comprometidos dados  de mais de 515 mil de pessoas vulneráveis (famílias separadas por conflitos, migrações ou desastres, desaparecimentos ou detenção), e o colapso de sistemas associados, o que motivou um apelo da organização no sentido de os atacantes fazerem a “coisa certa” (o que não deixa de ter o seu lado comovente).

Apenas mais 3 episódios (porque houve mais) de uma já longa lista de eventos hostis tendo como alvo redes informáticas e sistemas de informação, diversos pretextos e variados objectivos, cuja frequência segue a par com o avanço tecnológico que tem marcado o recurso das sociedades aos meios informáticos. As tecnologias da informação, disponibilizando capacidades ímpares, foram adoptadas por todas as áreas de actividade sem excepção, e estão na base de inequívocas vantagens de toda a natureza, sendo mesmo, em geral, consideradas necessárias ao desenvolvimento das sociedades, (o que se traduz, por exemplo, na perseguição da digitalização incluída em planos de desenvolvimento ou reconversão), protagonizam uma revolução e estão já (pelo menos em parte) enraizadas e numa evolução de velocidade assinalável, quer em termos técnicos quer em termos da amplitude de aplicação.

As tecnologias da informação entrelaçam-se hoje com as actividades das sociedades e tornaram-se imprescindíveis ao seu funcionamento, abrangendo todos os níveis, isto é, desde o individual até aos grandes sistemas sociais, quer privados quer estatais, quer de conveniência, fundamentais, estratégicos ou políticos; suportam todos os tipos de intenções, sejam boas ou enganadoras, agressivas, amigas ou hostis, úteis ou prejudiciais, só para citar alguns exemplos; e envolvem dados cujo valor vai desde o das mentiras até ao excepcional. Apesar de inegáveis vantagens, estão presentes, também, riscos que não podem ser escamoteados.

Os dados (aqui entendidos de forma geral e de todas as categorias, independentemente de significado, valor ou destino), estão vulneráveis e não só por razão de acções hostis, mas também, e por exemplo, de falhas do material, erros humanos, desastres, acontecimentos inesperados, defeitos de programação, instalação, configuração, actualização ou de gestão dos sistemas. A vulnerabilidade é tão extensa, variada e complexa que originou um ramo especializado na área das tecnologias da informação que designamos por cibersegurança.
O conceito de Cibersegurança, ao longo dos tempos, até motivado pela própria noção de transformação digital, tem sido alvo de diversas interpretações. Se pode ser entendido como o conjunto de medidas e ações necessárias para prevenir, monitorizar, detetar, analisar e corrigir redes e sistemas de informação face às ameaças a que estão expostos, tentando manter um estado de segurança desejado e garantir a confidencialidade, integridade, disponibilidade e não repúdio da informação, pode, por outro lado, ser definido como o sentimento de segurança percecionado pelas pessoas quando usam a Internet e as tecnologias digitais.
(Conforme o Centro Nacional de Cibersegurança, CNCS)
As características da cibersegurança (também, naturalmente, extensas, variadas e complexas) originaram o aparecimento de especialistas e investigadores em cada uma das áreas técnicas em que se pode decompor, formando mercado florescente. Numa estimativa recente, o negócio da cibersegurança andaria próximo, em 2021, dos 200 mil mega-euros em todo o mundo e o impacto do cibercrime atingiria uns 3 biliões de euros no mesmo ano, embora haja que suspeitar da existência de incidentes não conhecidos, e por consequência armazenamento de dados em parte incerta - prontos a usar em oportunidade a definir pelo atacante ou por quem os tenha a ele adquirido.

Claro que as tecnologias da informação criaram, continuam a criar e a aperfeiçoar defesas do mais diverso tipo, mas a eficácia total é dificilmente garantida e após cada ciberataque bem sucedido não parece fácil definir a totalidade das consequências, já que sendo aquelas tecnologias também usadas nas agressões, estas também evoluem e se sofisticam, mostrando a estatística um consistente aumento de incidentes de ano para ano.

Apesar de tudo, as tecnologias da informação são recentes e estão ainda na sua fase inicial de desenvolvimento (como serão daqui a 100 anos?), surgindo frequentemente, e por exemplo, novos equipamentos, métodos de desenvolvimento, algoritmos, sistemas de armazenamento e de comunicação, sempre mais rápidos, variados e poderosos, levando a que os sistemas em serviço se desactualizem com rapidez, o que origina necessidades de investimento permanente, implica a existência de profissionais com formação adequada, promove novos mercados, catalisa a “fome de dados” e a invenção de novos métodos para a sua “tortura”.

O valor dos dados tende a crescer não só porque aumentam de volume, mas também porque maior se torna a penetração no tecido social, reforçando-se a dependência das sociedades em relação às tecnologias da informação. Os dados serão alvos cada vez mais apetecíveis, levando a uma maior sofisticação das formas de ciberataque, num ciclo infindável do qual resultarão sempre elevados custos, destruição de património e perda de vidas. Neste quadro, não será destituído de razão pensar que quer os prejuízos do cibercrime quer a cibersegurança tenderão a aumentar de importância.

É precisamente com um foco neste contexto de interação em segurança, tanta quanto possível, de pessoas, processos e tecnologias, que o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) desenvolve a sua missão com o objetivo contribuir para uma utilização livre, confiável e segura do ciberespaço de interesse nacional.
Atuando como coordenador operacional e autoridade nacional em matéria de cibersegurança junto das entidades do Estado, operadores de infraestruturas críticas nacionais, operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços digitais, o CNCS transporta também a sua ação para a sociedade em geral.
(Conforme o Centro Nacional de Cibersegurança, CNCS)

O risco, (aqui entendido como o produto entre a probabilidade de ocorrência de um evento e as suas consequências), tenderá certamente a aumentar, tornando a cibersegurança elemento crítico para evitar que o risco (“ciberrisco” ?) atinja níveis que possam ser uma barreira no caminho do desenvolvimento e do progresso sociais.

A cibersegurança é uma área complexa cuja utilidade depende de estreita colaboração envolvendo um leque de domínios não diferente dos que acima referimos e de uma sólida cooperação internacional e parece não estar capaz de atingir um nível de protecção adequado. Estamos convictos de que, dada a dependência das sociedades em relação às tecnologias da informação, virá a ser necessária a adopção de medidas de segurança de maior eficácia.
Em tempo: depois de já escrito o texto acima, a 30 de Janeiro veio a público o possível ataque informático aos serviços da Assembleia da República. Os assaltantes, que por sinal se identificaram como sendo os mesmos que atacaram o grupo Impresa, afirmam ter desviado  volumosa e diversa informação “sensível” e ter encontrado “sistemas tecnológicos antigos, sem manutenção“. Não há confirmação deste incidente, até ao momento de publicação, mas o site da Assembleia está inacessível para que sejam conduzidas as necessárias investigações: ou seja, nem mesmo é necessário praticar o acto, basta anunciá-lo para que se produzam danos.
Ao longo de Janeiro, a COVID19 confirmou as expectativas que há um mês temíamos, observando-se um crescimento da incidência nunca antes verificado desde o início da pandemia, a par com um aumento relativo do número de crianças contagiadas, tendo, felizmente, continuado a verificar-se uma carga sobre os serviços hospitalares de menor peso específico do que o observado há um ano, constatação no entanto prejudicada por dúvidas relativas à correcção dos dados publicados relativos aos doentes hospitalizados com a doença. Prevê-se que a incidência continue a superar os valores anteriores, esperando-se o início do decréscimo para meados deste mês, se acreditarmos em algumas previsões. Mantém-se válida a necessidade de observar prudência e não descurar a protecção individual.

Conforme previsto, a 30 tiveram lugar as eleições legislativas, após animado período de campanha eleitoral e alguma discussão para conciliar as regras em vigor que ditam o isolamento por causa da COVID19 com o direito dos eleitores ao voto. O acto eleitoral desenrolou-se sem contratempos, contabilizando-se cerca de 42% de abstenções.

Comemora-se em 2022 o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, concretizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, tendo o plano das iniciativas comemorativas, organizado pela Marinha e pela Força Aérea, sido apresentado a 11 de Janeiro, no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha em cerimónia de abertura das comemorações.

Salientamos também, no Cazaquistão, logo no princípio de Janeiro, graves manifestações motivadas pelo agravamento do preço da energia, que evoluíram para autênticas batalhas, com edifícios e carros em chamas e extrema violência, chegando ao uso de armas de fogo pelas forças policiais, e um número de vítimas que atingiu 225 mortos  e mais de 4300 feridos (entre manifestantes e forças da ordem). E, na fronteira Leste da Ucrânia, foi-se agravando ao longo do mês um foco de preocupações pela concentração de forças militares russas em grande número, falando-se mesmo em preparativos para uma invasão do país a concretizar-se durante o mês de Fevereiro, o que motivou intensas actividades diplomáticas, esperando-se que venham a ter resultados consistentes e pacíficos.

Aí ficam alguns apontamentos do mês que terminou. Estamos já no segundo mês do ano, Fevereiro, o mais curto, o que, no entanto, não obsta a que haja quem nele tenha nascido. É com grande satisfação que daqui enviamos sinceros parabéns aos camaradas

04FEV (1944) Carlos Eduardo Vigoço Saldanha Carreira
13FEV (1945) Francisco José Morgado Castro e Silva
22FEV (1946) Augusto Manuel da Silva e Pinho

Recordamos também os camaradas já falecidos, Henrique Eugénio Claudino Morgado, Luís Gonçalves Marques Bilreiro, Luís Alberto Cristiano de Oliveira e Manuel Amândio Francisco Pina. E, vítimas da COVID19, o José Carlos Alves d’Almeida (falecido a 03FEV2021) e o Joaquim Francisco de Almada Paes de Villas-Boas (falecido a 15FEV2021).