domingo, julho 09, 2023

Os convívios do CR - 7JUL2023


Decorre actualmente, o concurso para admissão de cadetes na Escola Naval. Até 25 deste quente mês de Julho, quem estiver nas condições exigidas e o desejar, pode concorrer e vir a ingressar nos Quadros Permanentes da Marinha. É algo que reflecte a  centenária sabedoria de que para existir uma Marinha são necessárias pessoas devidamente treinadas, conhecedoras e experientes e que, para isso, é obrigatório que todos os anos se recrutem aqueles que irão desempenhar as missões de que o país virá a carecer. Como será este país dentro de 60 anos, quando os que agora irão ser admitidos olharem para trás no tempo?

É impossível, naturalmente, sabê-lo. Para o CR, precisamente agora, completam-se 60 anos que o mesmo processo (apesar de variações devidas à passagem do tempo) foi seguido. Convido-vos a um olhar no passado, a (re)ver aquele grupo cheio de jovens (como hoje soi dizer-se) que, com poucas excepções, não se conheciam e ignoravam em geral o que os esperava, do que seriam capazes, como se relacionariam entre si, qual a dimensão dos problemas que teriam de enfrentar, onde e quando. Era o futuro, onde as esperanças necessariamente viviam, os desgostos estavam emboscados, as desilusões sempre prontas a mostrar-se e os sucessos sempre dispendiosos, exigindo mais esforço, persistência ou coragem e aquela pitada de sorte, em tudo necessária, mas que não se apresenta sem que por ela algo se faça.

Sessenta anos decorridos sabemos hoje que aqueles que agora concorrem irão enfrentar na essência o mesmo. Sabemos que não haverá duas vidas (profissionais ou pessoais) idênticas, que o sucesso será difícil, que a decisão se apresentará solitária, que os contratempos nunca desaparecerão e que a tal sorte falhará.  Mas, se calhar, daqui a 60 anos e se, de alguma forma puderem ter a sorte do CR, poderão encontrar-se e sentir o mesmo conforto e felicidade, temperados pela tristeza (imposta pela lei da vida) dos que não puderam estar presentes e sobretudo pelos que já faleceram, que foi palpável no convívio do curso que teve lugar no dia 7 de Julho: 'um banho de CR que só pode fazer bem', citando um camarada.

Estiveram presentes: Bonina Moreno, Caldeira dos Santos, Cardoso Anaia, Carlos Fidalgo, Castro e Silva, Cordes Valente, Costa e Silva, Costa Roque, Freire de Menezes, Matias Cortes, Moreira Pereira, Possidónio Roberto, Rebelo Duarte, Rebelo Marques, Reynaud da Silva, Saldanha Carreira, Santos Lourenço, Serras Simões, Silva da Fonseca, Silva e Pinho, Vasconcelos Carrasco e Vasconcelos da Cunha. 

Vejam a 'foto de família' tradicional acima e um pequeno filme gentilmente cedido pelo Possidónio Roberto, que ilustra alguns momentos.




sábado, julho 01, 2023

Aniversários de elementos do CR: Julho 2023

Neste último mês de Junho a guerra na Ucrânia completou 16 meses, prosseguindo a destruição e a perda de vidas, não havendo qualquer vislumbre de uma solução que não passe pela via da força das armas. Forte, por um lado com base no apoio dos países da NATO e da União Europeia, e considerando os efeitos das sanções aplicadas à Federação Russa, os dirigente ucranianos não deixaram de referir a iminência de uma contra-ofensiva, como processo que levará a reconquista do território ocupado pelos invasores. A ofensiva parece ter-se iniciado no mês findo, mas nada do que vem a público sobre o desenvolvimento de operações pode ser tomado como certo no contexto actual. Pouco tempo antes da comunicação social ter anunciado o início da contra ofensiva, uma misteriosa explosão danificou gravemente a barragem de Kakhovka, importante infraestrutura a pouco mais de 200 km a jusante de Zaporíjia (perto da qual se situa a maior central nuclear da Europa) e uns 60 km a montante de Kherson, o que causou o alagamento de vastas zonas, com prejuízos em larga escala para as populações. A explosão, dada como sabotagem, não foi reivindicada por ninguém, acusando-se mutuamente a Ucrânia e a Rússia pelo acontecido.

Mais para o fim de Junho, o grupo Wagner, unidade militar não integrada nas Forças Armadas da Federação Russa (alguns designam-no por ‘para-militar’, outros por ‘mercenário’, outros ainda por ‘miliciano’ ou até ‘privado’), mas que opera em estreita ligação com elas, por razões possivelmente ainda desconhecidas, decide contestar as autoridades russas, lançando uma coluna armada em direcção a Moscovo numa rebelião e ameaça frontal. No entanto, 24 horas depois, a coluna recebe ordens para retroceder, na sequência do que a comunicação social descreveu como intensas negociações entre a chefia do grupo Wagner e o Presidente da Federação Russa, com intermediação do Presidente da Bielorrússia. Atingida, por alguma forma, uma plataforma de entendimento, resta agora perceber o acontecimento, um novo mistério a acrescentar à sabotagem da barragem e dos gasodutos Nord Stream.

Noutras paragens, no Mediterrâneo, ocorreu um dramático naufrágio de um navio pesqueiro atulhado com umas estimadas 750 pessoas migrantes que pretendiam chegar à Itália, tendo as operações de socorro apenas conseguido resgatar com vida 104. Foi considerado pela comissária da União Europeia “a pior tragédia de sempre no Mediterrâneo”, e uma “tragédia inconcebível” pela missão grega do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, merecendo ainda uma intervenção do Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, que se mostrou "horrorizado".

Por outro lado, em pleno Atlântico, nas coordenadas onde jazem os restos do famoso RMS “Titanic”, que se afundou em Abril de 1912, 5 pessoas, praticando turismo radical, de altíssimo custo e em local - o mar, reconhecidamente perigoso - aninharam-se num veículo submersível com 6,7 m de comprimento 2,8 m de altura e 2,5 m de largura, para um mergulho até aos 3800 m de profundidade, onde jazem os restos daquele navio, cujo naufrágio causou um número incerto de mortos, mas superior a 1500. Se o mar é um local perigoso, a grandes profundidades esse perigo torna-se muito maior, e, infelizmente, desta vez correu mal. Perdidas as comunicações e dado o alarme, uma enorme operação de socorro foi posta em marcha, movimentando sofisticados e numerosos meios, tendo-se concluído o inevitável, a morte dos 5 passageiros.

oOo


Para Julho, prevê-se a realização de um almoço-convívio do CR no dia 7, tendo os pormenores já sido difundidos por correio electrónico. Não se esqueçam de se inscrever.

Por completarem durante este mês de Julho mais um ano, enviamos os nossos parabéns aos camaradas

07JUL(1944) Filipe Horácio Pereira Macedo
09JUL(1944) Humberto Ramos da Costa Roque
18JUL(1942) António José Correa Possidónio Roberto
 
Recordamos também, com saudade, nas datas dos respectivos nascimentos, camaradas que já não estão entre nós: 
 
Em 03JUL(1945) o Mário Alberto Dias Monteiro dos Santos, em
09JUL(1945) José Manuel Belo Varela Castelo em 25JUL(1945) o João Furtado de Azevedo Coutinho e em 29JUL(1944) o António Manuel Varela Marques de Sá.