sexta-feira, maio 26, 2023

António Manuel Varela Marques de Sá

É com muito pesar que damos a conhecer o falecimento, ocorrido hoje de manhã, do nosso Amigo e Camarada Marques de Sá.

Manifestamos sentidas condolências à sua Família, Amigos e Camaradas.

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Chega-nos informação de que o velório do terá lugar em 29 de Maio, segunda-feira, a partir das 1600, na Igreja de N. S. de Fátima, Lisboa, e de que no dia seguinte, 30 de Maio, pelas 1000, terá lugar a celebração da palavra na mesma Igreja, saindo o funeral pelas 1015 para o Cemitério dos Olivais.


sexta-feira, maio 19, 2023

João Carlos Pina Correia Marques

 

É com muito pesar que damos a conhecer o falecimento, hoje ocorrido, do nosso Camarada e amigo Correia Marques, de cuja companhia sentiremos muita falta.

Sentidas condolências à sua Família, Amigos e Camaradas.

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Chega-nos a informação de que o corpo do nosso Camarada estará na Capela do Cemitério de Alcabideche (Cascais) a partir das 11h30m da próxima terça-feira, 23MAI. Terá lugar uma Encomendação pelas 15h00, a que se seguirá a sua cremação no mesmo cemitério.


 

quarta-feira, maio 03, 2023

CR: 60 anos

Previsto para o próximo 1JUN, às 1500, terá lugar o início dos eventos que marcarão o sexagésimo ano de ingresso na Escola Naval deste Curso, materializado pela apresentação de cumprimentos ao Chefe do Estado Maior da Armada.

Na ocasião, representarão o curso os camaradas Vasconcelos da Cunha, Silva da Fonseca, Rebelo Duarte e Cardoso Anaia.


segunda-feira, maio 01, 2023

Aniversários de elementos do CR: Maio 2023

 

Decorria o mês de Abril de 1789. A 27 desse mês, O tenente William Bligh, comandante do HMS Bounty, não tinha razões para estar descontente, considerando que até àquele momento a missão que cumpria decorrera satisfatoriamente. A “Bounty” largara de Taiti (Otaheite, como a designavam) a 4 desse mesmo mês, levando um carregamento de pés da árvore da fruta-pão, destinadas a introdução nas “Índias Ocidentais”, devendo depois regressar à Europa.

Fora nomeado para o comando da “Bounty”, um navio de 3 mastros com cerca de 28 m e 215 ton, e uma guarnição de 44 homens, em 16 de Agosto de 1787 e acompanhara a preparação para a missão de perto. É certo que a partida de Inglaterra, a 23 de Dezembro de 1787, não fora auspiciosa, dados os ventos contrários encontrados e depois uma tempestade, que causou danos e perdas que obrigaram a arribar a Sta. Cruz de Tenerife, e mais tarde, o mau tempo voltou a impor-se, obrigando Bligh a desistir de passar ao Pacífico pelo Horn, e procurar o cabo da Boa Esperança. Mas esses eram contratempos familiares, e a “Bounty” chegara a ao Taiti a 9 de Outubro de 1788, após percorrer mais de 27000 milhas, cumprindo a primeira parte da missão.

A estadia, relativamente longa no Taiti também correra satisfatoriamente, quer por ter sido obtida a carga procurada quer pelo caloroso contacto com os habitantes. Da guarnição que partira das Ilhas Britânicas tinham falecido dois elementos, um no mar e outro já no Taiti, mas esses infelizes acontecimentos não punham em questão a missão. Sim, Bligh não deveria estar muito preocupado naquele dia 27, quando, tendo dado as ordens para a noite, recolheu ao seu alojamento. Porém, pouco antes do nascer do sol de 28 de Abril, em vez do cabo de quarto, foi acordado por Fletcher Christian, oficial de quarto àquela hora, acompanhado de dois outros elementos da guarnição, que, armados e ameaçando-o de morte, lhe deram voz de prisão e amarraram-lhe as mãos atrás das costas.

 Apesar de lhe ter sido imposto silêncio Bligh grita em busca de ajuda, mas os amotinados já tinham imobilizado os outros oficiais e o restante da guarnição, não havendo socorro possível. Foi então forçado a subir ao convés, levado para junto do mastro da mezena, e ouvido ameaças sempre que procurava uma explicação. Os revoltosos, apenas 9, elaboraram um bom plano para se apoderarem do navio, foram suficientemente discretos para não levantarem qualquer suspeita, escolheram um momento propício e foram eficazes na sua execução, bloqueando qualquer possibilidade de reacção. Dominando a situação, usando ameaças e sublinhando-as com armamento, mandaram arriar uma embarcação e forçaram a transferência de vários elementos para seu bordo permitindo que fossem levados alguns materiais tais como cabo, lona, velas, água, pão, algum rum e vinho e mesmo um quadrante e uma agulha, mas proibiram qualquer outro material necessário à navegação e armas. Depois de terem forçado todos os que não desejavam que permanecessem no navio a abandoná-lo, chegou a vez de Bligh e a embarcação foi amarrada à popa. Durante o embarque tornou-se aparente que uma parte dos que permaneceram não participou no motim, vários foram os que tentaram chamar à razão os amotinados ou fornecer mais alguma coisa aos expulsos tendo mesmo sido atirados para a embarcação alguns cutelos, roupa e alimentos, embora em pequena quantidade. E, antes de largarem a embarcação à deriva no Pacífico, os amotinados ainda se deram a uma sessão de humilhação aos expulsos.

Os amotinados apoderaram-se assim da “Bounty” e de tudo o que ela continha, incluindo os pertences dos que ficaram na embarcação, que viriam a dividir entre si. Bligh viu-os num rumo que julgou enganador, já que tinha percebido que pretendiam na realidade dirigir-se para Otaheite.

Cumprida com sucesso a revolta, viria a ser apenas o início de um longo drama que custou inúmeras vidas, sofrimento e recursos.

Bligh, e os seus procuraram reforçar mantimentos e água numa ilha próxima, tendo tido algum sucesso, mas quando os habitantes se tornaram agressivos fizeram-se ao mar, tendo no entanto sido morto um deles, à pedrada, durante o ataque de que foram vítimas. Enfrentam então uma extraordinária viagem, a bordo de uma embarcação de 7 m e boca aberta, sobrecarregada, comandados por Bligh até Kupang, na parte holandesa da ilha de Timor, onde chegam a 14 de Junho, num estado lastimável mas sem qualquer baixa. Após a necessária recuperação, regressarão à Europa separadamente, conforme os meios disponíveis, apenas 12 dos originais 19, tendo os restantes falecido. Bligh desembarcou na ilha de Wigh em Março de 1790. Viria, após promoção, a ser reenviado em missão semelhante, que cumpriu com sucesso.

Quanto aos amotinados, dirigiram-se inicialmente para a ilha Tubuai, pretendendo aí estabelecer-se, mas não foram felizes, dada a oposição da população e desacordos entre si, dirigindo-se então ao Taiti, onde a ausência de Bligh e restante pessoal bem como das plantas embarcadas provocou interrogações. Mentindo, conseguiram obter apoios e regressaram a Tubuai, levando também dezena e meia de taitianos, tentando retomar a ideia de aí se estabelecerem, projecto que não foram capazes de concretizar. Regressaram então de novo ao Taiti, onde a mentira tinha sido descoberta, e o grupo se separou, ficando em terra 16 e permanecendo no navio 9, partiram para não mais serem vistos, levando, contra sua vontade, 7 homens e 12 mulheres taitianos.

O HMS Pandora, uma fragata foi encarregada de capturar os amotinados. Chegou ao Taiti a 23 de Março de 1791 e aí foram presos 14 homens, tendo os restantes 2, dos 16 que a “Bounty” aí tinha deixado, já falecido. O “Pandora” procurou os restantes, pelas diversas ilhas sem sucesso, acabando por naufragar e originar muitas vítimas e novo drama de náufragos em embarcações de boca aberta. Apenas chegaram a Inglaterra 10 presos, tendo os outro 4 falecido no naufrágio. Foram julgados em corte marcial em Setembro de 1792, tendo sido considerados inocentes 4 e os restantes culpados, mas de entre estes o tribunal recomendou, com ênfase, ao Rei, o perdão a dois. O mandato final concedeu o perdão recomendado, acrescentando ainda um adiamento para um terceiro condenado, que viria também a ser perdoado. Os restantes foram sentenciado à morte.

Passados 20 anos, por mero acaso, um navio mercante americano (“Topaz”) descobriu, ao aproximar-se de uma das numerosas ilhas do Pacífico (Pitcairn) o rasto dos últimos amotinados. Sydney Smith, comandante da esquadra que escoltou a família real portuguesa quando esta se transferiu para o Brasil, do Rio de Janeiro, enviou o primeiro relato do assunto em 1809. Com a Europa em guerra, esta comunicação não teve qualquer seguimento, e, em 1815, com origem em dois navios britânicos (“Briton” e “Tagus”) que cruzavam no Pacífico, nova comunicação refere-se a Pitcairn, informando ser habitada, estar mal marcada nas cartas e nela viver uma pequena comunidade descendente de protagonistas do drama da “Bounty”. Também não houve qualquer seguimento desta comunicação, até que outro navio, o “Blossom”, em missão de exploração, visitou de novo a ilha. Nela, dos 9 amotinados vivia ainda apenas um, e dos taitianos não havia sobreviventes. John Adams, que ao tempo do motim se chamava Alexander Smith era o último dos revoltosos. Com base no que se conhecia e nas descrições de Adams, nem sempre verdadeiras, foi possível conhecer o destino dos amotinados.

 Em busca de um esconderijo seguro, Fletcher Christian, deu casualmente com a ilha após sair pela última vez do Taiti e decidiu ser o que procurava não só pela deficiente marcação nas cartas, mas também por ser de difícil desembarque e saber ser insuficiente a tripulação de que dispunha. O navio foi encalhado na foz de um ribeiro e dele retiraram tudo o que puderam, incendiando-o depois, para evitar chamar a atenção. Pouco tempo depois taitianos e europeus entraram em irremediável conflito, sucedendo-se assassinatos de tal forma que apenas sobreviveram dois, um deles Adams, apesar de também ele ter sido ferido. A partir daí, a paz, simpatia e entreajuda mútuas estabeleceram-se, crescendo a população descendente dos amotinados e taitianos. Falecido o penúltimo, por doença, Adams tornou-se o dono da ilha e a comunidade ganhou solidez, sendo descrita com simpatia e admiração por quem a contactou. Adams faleceu em 1829, nunca tendo sido preso.

Referências:

The Eventful History of the Mutiny and Piratical Seizure of H.M.S. BOUNTY: Its Cause and Consequences
Sir John Barrow

A Voyage to the South Sea For The Purpose Of Conveying The Bread-Fruit Tree To The West Indies, Including An Account Of The Mutiny On Board The Ship,
William Bligh,

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Neste último Abril passou mais um aniversário do “25 de Abril”, o quadragésimo nono. Neste primeiro dia do mês de Maio, o “25 de Abril” vive já seu quinquagésimo ano. Para quem viveu os tempos que o precederam, não apenas no sentido de que “já era vivo”, mas que, mesmo de longe, tenha acompanhado os acontecimentos que acabaram por o motivar, será porventura inevitável que lá regresse, através quer de memórias próprias quer de testemunhos alheios quer ainda de diversas iniciativas em muitas e diversificadas áreas que, como habitualmente, relembram e comemoram a data de 25 de Abril de 1974.

E, talvez também inevitável, encontrar algum espanto ao comparar o que podemos chamar de expectativas nesse passado com o que se lhe seguiu, até ao presente que vivemos. E as diferenças não são apenas decorrentes do período de quarenta e nove anos (que sem dúvida traria modificação por si só em qualquer sociedade), mas em decisiva parte fruto da intervenção do Movimento das Forças Armadas no rumo a que se governava o país. O “25 de Abril”, foi, na realidade, um momento revolucionário na nossa História.

Engalanamos em arco e relembramos o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas

 “Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma.
Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária.”

(Emitido pouco depois das 04:00 do dia 25 de Abril de 1974
no Rádio Clube Português, pelo jornalista Joaquim Furtado)

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Quanto aos eventos que estão a ser considerados para marcar o sexagésimo ano de ingresso na Escola Naval do Curso Corte Real, foram considerados:

  • Cumprimentos ao Chefe do Estado Maior da Armada;
  • Conferência acerca da Marinha, pretendendo-se uma abordagem da actual situação e das perspectivas futuras, que talvez possa ser seguida de uma visita a uma unidade naval, a realizar preferencialmente em Maio ou Junho;
  • Visita à Escola Naval, a realizar em Outubro, em romagem de saudade;
  • Almoço com famílias, a realizar em finais de Outubro, na Messe de Cascais;
  • Fim de semana em Tavira, a realizar em Novembro, onde a família Corte Real tem a sua origem, e onde existe uma réplica da Pedra de Dighton oferecida pelo curso CR quando das comemorações dos 50 anos.

Estão em curso diligências para fixar datas e estabelecer pormenores, de que daremos notícia logo que deles tenhamos conhecimento.

E por fim, mas mais importante, resta-nos lembrar que neste mês de Maio, acabado de chegar, os seguintes elementos deste curso celebrarão mais um aniversário.

A todos, um abraço de parabéns:

12MAI (1946) Tito João Abrantes Serras Simões
22MAI (1943) António Fernando Vasconcelos da Cunha
24MAI (1944) José Matias Cortes
25MAI (1944) João António Lopes da Silva Leite
26MAI (1945) José Luís Pereira de Almeida Viegas
30MAI (1946) José Luís Rodrigues Portero

Recordamos também o José Pires Sargento Correia, nascido a 05MAI e o Carlos Amante Crujeira, nascido a 10MAI, que já faleceram.