sábado, janeiro 01, 2022

Aniversários de elementos do CR: Janeiro 2022

Precisamente no dia de Natal de 2021, um telescópio de nome "James Webb", o mais poderoso telescópio espacial jamais construído, foi lançado no espaço por um veículo "Ariane",  em direcção a um destino situado a 4 vezes a distância da Terra à Lua, cerca de um milhão e meio de quilómetros. Destina-se a recolher informação relativa à radiação originada pelas primeiras estrelas que surgiram no espaço, emitida aproximadamente há 14 mil milhões de anos, o que se espera que venha a permitir conhecer os segredos desse passado, e também a outras explorações, como aprofundar conhecimentos sobre objectos celestes menos conhecidos ou traços de vida extraterrestre.

Trata-se de um projecto iniciado há 25 anos, e a data inicial de lançamento foi em tempos estabelecida para 2007, depois obviamente revista, bem como o orçamento, inicialmente na casa dos 500 milhões de dólares, que foi revisto para um valor 20 vezes superior. No projecto cooperaram a NASA (National Aeronautics and Space Administration) dos Estados Unidos da América, a CSA (Canadian Space Agency), do Canadá e a ESA (European Space Agency), da União Europeia, o que mostra a capacidade do conhecimento humano não só nas áreas científica e tecnológica, mas também na gestão e coordenação de vastas equipas multidisciplinares, variados sectores económicos e múltiplas nacionalidades.

Por muito grande que seja a capacidade humana, permanece porém (permanecerá sempre?) uma incomensurável ignorância que atrairá a curiosidade, a necessidade de saber mais, de preencher hiatos de conhecimento, de ir mais longe, de explicar melhor o desconhecido. A História mostra-nos, ainda que a traço-ponto, esse passado, a partilha, desejada ou não, do resultado das explorações, de experiências planeadas ou fruto do inesperado: desde o seu aparecimento neste planeta, os humanos exploraram o seu habitat e foram-no descobrindo e usando, não só obtendo dele a energia necessária à eterna luta contra a ameaça do aumento entrópico ou na melhoria das condições de vida, mas também nele depositando os resíduos dessa luta (não existindo outro sítio elegível) no que, de resto, estão bem acompanhados por todos os outros seres vivos. Todos eles, seres vivos, poderão, a esta luz, ser considerados parasitas do nosso planeta ?

Desde que Galileu, no início do século XVII, apontou um telescópio para os céus, a exploração tomou uma nova dimensão, alargando-se para o espaço, para as estrelas, galáxias, planetas, satélites, etc, e o conhecimento humano expandiu-se para novas fronteiras. O telescópio foi - e é - uma ferramenta decisiva nessas novas descobertas, e ao longo dos últimos 4 séculos foi sendo desenvolvido, no afã de capturar a estreita faixa de radiação a que chamamos luz visível, mas também na busca de outros comprimentos de onda que contêm a informação procurada. As perturbações inerentes à prisão na superfície do planeta, que se evidenciaram barreiras ao conhecimento científico, levaram ao envio de telescópios para o espaço, com resultados que encorajam novas iniciativas. O telescópio "James Webb" é um deles, mas qualitativamente diferente, não só pela tecnologia que incorpora ou pela dimensão que exibe, mas pela posição que ocupará no sistema solar e sobretudo pela extraordinária missão que procura cumprir: nada mais nada menos do que descobrir a origem do universo, ou - vá lá - pelo menos dar mais alguns passos com esse objectivo. É na capacidade de captura da radiação infra-vermelha de que é dotado que se confia para ser possível “escutar” as mensagens das estrelas primordiais e “andar para trás no tempo”.

Este lançamento nada mais é que um passo, se bem que decisivo, na busca dessa extraordinária descoberta. O sucesso dependerá ainda da capacidade de ultrapassar 344 momentos de risco, velho companheiro de todas as explorações dos humanos, e provavelmente ainda outros, que, ocultos sob o manto da ignorância do explorador, terão de ser descobertos. Esperamos “apenas” que os ultrapasse.

Em Dezembro a COVID19 continuou a sua trajectória mantendo-se a estatística que contabiliza a incidência numa fase de tal forma ascendente que no fim do mês atingiu valores superiores a qualquer outro momento, e revelando uma tendência preocupante para continuar durante este mês de Janeiro. A vacinação de crianças, os reforços de vacinação previstos e as medidas impostas já dentro do período em que se tinham formulados planos familiares para a época festiva, nomeadamente obrigações relacionadas com a comprovação de vacinação e testes de curta validade, provocaram não só dúvidas e hesitação, mas também reformulação dos mencionados planos. A vacinação, em alguns círculos tão contestada, parece ter sido de grande utilidade, dado que apesar do crescimento da incidência, a carga sobre os serviços hospitalares tem-se mostrado com menor peso específico do que o observado no ano passado, o mesmo se podendo dizer, felizmente, quanto ao número de óbitos. É previsível, como já referimos, que durante este mês a incidência continue a crescer, pelo que lembramos a necessidade de observar prudência e recomendar o não esquecimento da protecção individual.

A 27DEZ tomou posse do cargo  de Chefe do Estado Maior da Armada o Alm Gouveia e Melo, substituindo o Alm Mendes Calado. Recorde-se que a primeira indicação da intenção de proceder a esta modificação teve lugar há cerca de 3 meses, mas não encontrou na altura acordo junto do Presidente da República, no exercício da sua função de Comandante Supremo das Forças Armadas, devido a equívocos. Desejamos ao novo CEMA o maior sucesso no desempenho das suas funções.

Entrámos portanto no novo ano, MMXXII , em pleno Inverno, encontrando-nos face ao velho mês de Janeiro, que deve o nome ao deus da mitologia romana Janus, e que, com duas faces, olha simultaneamente para o passado e para o futuro, transição que parece reduzir o presente a uma insignificância desprezável . É altura de formular votos de Bom Ano a todos vós, e em particular, neste mês, endereçar os parabéns aos dois camaradas que durante o seu decurso celebrarão os respectivos aniversários:

07JAN (1945) Aristides da Costa e Silva
21JAN (1944) José Maria Rodrigues Rica

A ambos um abraço de parabéns.

Recordamos também o António Júlio Monsanto de Campos, nascido a 31JAN45 e falecido a 18DEZ2017 e o Alexandre José dos Santos, nascido a 16JAN1945, que julgamos já falecido, mas cujo registo não consta no Arquivo de Identificação.