quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Adivinha

Numa troca de mensagens que troquei com um nosso camarada, que connosco entrou na EN em 1963, a propósito da comemoração dos 50 anos e que me autorizou a passar aos restantes membros do CR, mandou-me um registo de lembranças* do curto período que connosco passou na EN. A adivinha /  pergunta é: De quem se trata?


Nota* Foram cortados alguns dados que facilitariam a sua identificação.

Tenho vagas lembranças de alguns episódios que se passaram nesses tempos:
  - Lembro-me do Dr. Dâmaso – não me lembro de que disciplina tratava.
 Uma vez disse a alguém que um “oficial da armada nunca se vergava”, quando esse  alguém  resolveu passar por baixo de carteira para ir ao quadro (?). Sempre me lembrei desta frase.

  - Depois de ter tomado um banho, à tarde, alguém do 4º ano, resolveu pôr- me a fazer exercícios no ginásio. Nessa altura tinha força e treino que davam e sobravam. Mas às tantas já não podia mais. Dei meia volta e desandei sem ligar mais aos “guarda-marinhas”. Parece que não gostaram da graça…

  - E ao fim do dia, na parada, a leitura da “ordem” e das previsões Meteorológicas.

 - E na parada para ir receber o PR, Américo Tomás, regressado de Angola (?). Foi a 1ª vez que vi o Presidente do Conselho Salazar, a 20 m

 - Quando vim embora, o comandante da EN (Lino Paulino Pereira ??) me fez sentar ao seu lado, no gabinete, e tentou dissuadir-me da minha pretensão de sair. Lembrou-me que havia parentes meus que tinham sido grandes Oficiais da Armada.

 - Lembro-me do Eça Soares (4º ano ?), de Aveiro. Do Beirão Reis, do Teixeira de Aguilar, do Encarnação, do Silveira Pinheiro, do Noronha Menezes, do Carrasco, de ti, do Possidónio, do Gouveia, do Martins e Silva (1º Ten).
                                    
  - Os fins de semana eram para mim muito penosos, pois mal saía da EN. Embora tivesse família em Lisboa, não queria impor a minha presença a ninguém e também não tinha possibilidades de me por a passear e, muito  menos, ir ao Porto.

 - Manifestamente não gostei daquela clausura. Por estranho que pareça, quando fui para a tropa, em Tavira, gostei imenso. No fim da “guerra” do dia, eu ia para o meu quarto alugado, fora do quartel, onde dormia, lia, deitava-me às horas que me apetecia, dava passeios e conhecia o Algarve, naqueles tempos, há 50 anos, ainda pouco ou nada explorado, etc.

  - Lembro as aulas de marinharia (?) na ex-Sagres (Santo André) e apreciava a arte e a destreza com que monitor dava aqueles nós todos com os olhos fechados.

 - Gostava muito da trigonometria esférica.

 - Lembro uma festa que houve na EN onde dançariquei com uma menina de apelido Carmo, de certo parente do Oliveira e Carmo (?) . E da música que o conjunto da escola tocava. Ainda hoje tenho essa música nos ouvidos.

  - E uma vez que o Encarnação não foi tocar a “maldita” campainha da alvorada (?) por estar num primeiro sono. Fui eu safá-lo da bronca.

 - E aquele outro que um dia resolveu ensinar-me a lavar os dentes com todas as regras, possíveis e imaginadas. Estive para aí uns 15 m a lavar os dentes.

 - Uma vez estava um grupo de cadetes em frente ao Piquenique, fardados de branco, e alguém resolveu calcar-me o belo sapato branco. Com força, com insistência e com um sorrisinho “cínico e malévolo”. Fiquei danado.
 Confesso que não apreciava muito as praxes. Muito menos as actuais. 

  E são estas algumas das lembranças singelas e inocentes de um jovem de 20 anos que teve uma passagem hiper efémera pela Escola Naval, em 1963. Não teve tempo para mais.

 E agora…?
 Agora, e afinal, reencontramo-nos num novo CR – Camaradas Reformados.
   Se calhar, bem vistas as coisas, é um bom motivo para estar presente na reunião de 2013, se me derem a honra e tiverem a amabilidade e gentileza de me incluírem na comemoração.
   Só fui dar uma volta de 50 anos.

                        Um grande… um enorme abraço

Uma fotografia actual de quem produziu estas memórias:




1 comentário:

s.pinho disse...

Sei mas não digo.