
Quem não se lembra daquela estreita entrada (onde as nossas barriguinhas certamente hoje já não caberiam) que dava acesso a um obscuro compartimento situado à popa da fragata “Diogo Cão”, que há cerca de quarenta anos nos levou a todos em cruzeiro até às quentes paragens da Guiné.
Nesse acanhado espaço, sem luz natural e com pouca ventilação, onde predominavam os aromas da mais refinada fermentação intestinal, jaziam imóveis e irreconhecíveis os corpos de bastantes camaradas nossos, que só davam sinais de vida quando de hora a hora acordavam para chamar pelo Gregório, que teimava em nunca aparecer.
Recordo-me de uma banana, trazida piedosamente para alimento de um pobre necessitado, parece-me que era o MP, a qual rapidamente se transformou do estado sólido em estado líquido, não fosse aquele nosso amigo um dos mestres do regorgitar, sendo o produto lançado em jacto para o chão, juntando-se a todos os outros resíduos sólidos e líquidos, feijão encarnado, espinhas de carapau, ossos de frango, que jaziam desde há longos dias naquele compartimento do navio.