CORTE REAL – ex Holandês PEURSUM – longo curso -
1922 – 90m/2.044tb – Carregadores Açoreanos, Ponta Delgada.
O vapor CORTE REAL /(c) foto de autor desconhecido .
NR: O autor do presente trabalho (de Novembro de 2014), Licínio Ferreira Amador, baseou-se no do mestre em História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Ricardo Daniel Carvalho da Silva.
12 de Outubro de 1941
Ainda não tinham passado 4 meses
do afundamento do Ganda e os nazis
tornaram a atacar mais um navio português a 12 de Outubro de 1941.
O Corte Real saíra de Lisboa 5 dias antes da referida data, com rumo
a Leixões, Funchal, Nova Iorque, terminando a viagem no Canadá. Pouco depois de
sair do porto português, foi sobrevoado por um avião nazi e, mais tarde, foi
surpreendido por um submarino da mesma nacionalidade, o U-83, que o obrigou a
parar.
O comandante alemão Hans Werner
Kraus quis ver a documentação, incluindo a da carga que se destinava ao Canadá,
país inimigo da Alemanha, desconfiado que constituía contrabando. Por estas
razões, decidiu afundar a embarcação.
Os tripulantes portugueses
propuseram, ou regressar a Lisboa, ou a outro porto para se livrarem da carga,
ou até deitá-la ao mar ali mesmo. O oficial alemão recusou estas propostas e
exigiu o abandono do navio no espaço de 30 minutos; de seguida, torpedeou-o e
afundou-o.
As duas baleeiras que recolheram
os tripulantes foram rebocadas pelo U-83 durante 20 milhas em direcção à costa
portuguesa. A 60 de Cascais, o submarino soltou-as, ficando entregues à sua
sorte. De seguida, informou que o governo alemão iria contactar as autoridades
portuguesas, para justificar o sucedido e localizar os tripulantes que passaram
uma noite ao relento, mas com sorte porque o mar estava calmo e não havia
vento. No dia seguinte, o caíque Adeus
encontrou-os e ajudou-os a seguir para Cascais, tendo já um hidroavião
português a sobrevoá-los.
O torpedeamento do Corte Real felizmente não provocou
vítimas, mas causou nos portugueses uma onda de revolta e indignação contra a
Alemanha nazi. A comunicação social identificou-a claramente como a causadora
do sucedido porque publicou a notícia com todos os pormenores fornecidos pelos
próprios náufragos, ao contrário dos 3 primeiros navios afundados: Alpha - 15 de Julho de 1940, Exportador I - 01 de Junho de 1941 e Ganda - 20 de Junho de 1941.
NR: O autor do presente trabalho (de Novembro de 2014), Licínio Ferreira Amador, baseou-se no do mestre em História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Ricardo Daniel Carvalho da Silva.
O referido docente fez uma comunicação na Faculdade de
Letras da Universidade do Porto em 21 de Outubro de 2011 subordinada ao título
“Navios Portugueses afundados durante a II Guerra Mundial. As perdas de um Neutral”, de onde foram extraídos o tema
deste trabalho e o excerto em itálico.
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