Depois
de ter escrito, em 28FEVp.p., umas linhas sobre a Casa da Balança, veio ao meu
conhecimento a existência de uma colectânea de artigos, designada por “NAU DE PEDRA”, coordenada pelo CALM
Malheiro do Vale e editada em 1988 pela REVISTA DA ARMADA.
E é
desse trabalho que retiro este excerto, que refere a Casa da Balança:
“ Era
ali que os oficiais se fardavam antes de embarcar na Caldeirinha e seguir para
bordo e era ali também que, no regresso, se vestiam à paisana antes de sair
para a rua (alguns continuavam com uniforme). Também era obrigação todos lerem
a Ordem antes de sair, para tomar conhecimento de qualquer movimento que lhes
dissesse respeito. Outra coisa que faziam era lerem os boletins meteorológicos
com as previsões para os dias próximos. Assim, a balança, como abreviadamente era designada, era o maior centro de convívio dos oficiais e
ali se resolviam altos problemas da
corporação.
Com a
mudança do Arsenal e de muitos outros serviços para a margem sul e consequente desaparecimento
do Quadro dos Navios de Guerra (embora tenha voltado mais tarde – nota minha), por terem passado
os navios a estacionar na Base do Alfeite, a Casa da Balança perdeu toda a sua
importância, acabando por servir como arrecadação de material.
Atendendo
ao grande número de oficiais que passou a servir na Nau de Pedra, o ilustre ministro Pereira Crespo mandou restituí-la
à sua traça primitiva. Embora sem o movimento e agitação de outrora, tornou-se
um local tranquilo, onde os reformados esperam a hora do almoço, lêem as Ordens
e as previsões meteorológicas, conversam…”
Neste
texto dedicado à Casa da Balança, é ainda revelada a origem do nome, é feita
menção à utilização do local para “exposições da Marinha – do Instituto
Hidrográfico, do Grupo Um de Escolas da Armada, da história da TSF na Armada,
de selos, etc”.
E é
dado especial destaque ao discurso que o então Presidente da República, Dr.
António José de Almeida, ali proferiu em 23 de Junho de 1923, felicitando a
Armada pela realização do grande feito que foi a “feliz conclusão da Primeira
Travessia Aérea do Atlântico Sul, levada a cabo pelos heroicos aviadores navais
Sacadura Cabral e Gago Coutinho.”
Desse
discurso, a Armada gravou um excerto em placa de bronze colocada nas paredes da
Casa da Balança e depois transferida (coincidindo com a citada mudança do
Arsenal e de outros serviços) para o Museu de Marinha, tendo finalmente
“regressado ao seu lugar – aquele onde ecoou a palavra de ouro do Presidente –
quando da reconstrução ordenada pelo ministro Pereira Crespo.”
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Ficam
então, aqui, mais alguns subsídios para
a História da Casa da Balança.
Dizem-me
que a História não se repete…
Mas,
como é sabido, foi, recentemente, (re)instalado o Balão do Arsenal.
Por
isso…
07MAR18
FSL
2 comentários:
Obrigado por pugnares pela recuperação desse local de convívio histórico.
Distante dessa área geográfica pela minha opção profissional, recordo com agrado o uso que lhe dávamos e que talvez pudesse não ser descontinuado.
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