Dias 3 a 10 de Agosto de 1965, terça-feira
Foi este o período do trânsito para os Açores, grupo ocidental.
A semana decorreu rotineiramente, sem percalços ou episódios de mau tempo. Em paralelo com a actividade de quartos, fomos mandados fazer trabalhos sobre temas que individualmente nos deram; a mim coube elaborar a partir de um artigo de um oficial fuzileiro do US Marine Corps sobre a guerra de guerrilhas (claro que a sólida experiência que obtive com a actividade operacional recente foi a chave para o sucesso do meu trabalho…).
Muita navegação, sempre (com o GPS avariado toda a viagem, foi, e bem, à antiga portuguesa), ele eram as cartas de tempo, a determinação dos erros da giro * , ainda o azimutar das estrelas, etc.
Também por esta altura o nosso ten. RP deu-nos instrução de Radiogoniometria (coisa muito avançada para o tempo…).
Quem, durante estes dias, fez os quartos das 12h00m às 16h00m, tinha, inerente, o encargo de cifrar o PIM, com a HG 1, o que não era fácil.
Talvez por aversão congénita às armas (sim, sempre fui muito mais dos do make love, not war) consegui adiar para a semana seguinte o exame de Armamento: lá pedi aos MP e FS, aceitaram, nem sei como.
As aulas lá iam decorrendo algo penosamente, suavizadas pela qualidade e interesse das do RP; as revistas de L.A., ao navio, também ajudavam a quebrar a rotina.
Os fumadores, horda liderada pelo AA e na qual eu, então, me incluía, lá tinham que ir pedir autorização ao ten. CJ para comprar os respectivos pacotes; fumava nessa altura Kent e Saratoga…
Está previsto avistarmos terra na madrugada/manhã de 11 de Agosto.
Nota*: Atenção, para o pessoal de “certas” classes: não era o erro que era giro, era o erro da giro - espero que tenham percebido.
Colaboração do FSLourenço
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2 comentários:
Eu quero esclarecer que "giro" foi mesmo o "erro" que alguns cometeram em Cabo Verde e por isso, em vez das lições de radiogoniometria, estiveram com tratamentos de radiogonorreimetria.Isto é para alguns CR's com grande "classe".
ass: A (de auxiliar) M (de maritimo) da Silva e Pinho.
PS. Deixo-vos merdiana suficiente. Não se zanguem; chega para todos.
É verdade o que o Augusto diz. Mas quero ressalvar que não foi por falta de empenhamento do nosso dr, o EP (que nos encheu de sessões onde exibia toda a panóplia de instrumentos de tortura, acompanhado de trejeitos a condizer) que estas coisas aconteceram (entrando na área do serviço de rancho, da esfera profissional do comentador antecedente, há que reconhecer que a carne, então nessa altura, era mesmo muito fraca - da rabadilha, talvez).
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